Debates. Tempo de eleições / tempo de cambio (climático)

Ontem vi dous debates na TV: No primeiro, na sexta, as pessoas ( três homens e uma mulher, esta por delegação de seu chefe) faziam discursos para ganhar os votos da cidadania.

No segundo, na RTVE, quatro cientista( homens) apresentavam o grave problema ambiental em que a Terra está imersa .Falavam do Cambio Climático.

Nos dous casos só os homens levaram o discurso e a luta pelas ideias.

No primeiro, o Debate da sexta, vi quatro pessoas a competência por ganhar a confiança dos votantes. Presentaram múltiplas problemáticas, mas, para mim nada do importante. Porque as chamadas cousas de viver, nem as tocaram.

Desta experiência televisiva, eu faço-me hoje muitas perguntas. Igual a ninguém lhe interessam, mas eu pouso-as cá, por se houver mais gente que a mim, a lhes preocupar:

Que vai acontecer com o ar que respiro, a água que bebo, a terra que ando , os alimentos que me mantêm, a energia que me aquece no inverno e me alumia de noite?,( a mim ,a minha familia as minhas amizades, as pessoas que nem sequer conheço, mas que temo pela sua vida como pela minha, etc)

Que se vai fazer com o lixo que se produz por toda a parte na atividade humana?. Que vai passar com a pesca, a agricultura, os montes os incêndios florestais?.

Que vai acontecer com os transportes, seguiremos a meter chapapote por toda a terra e abandonamos o caminho de ferro convencional?.

Que planos para os refugiados/as de guerras e ambientais. Continuaram a petarem nas portas da nossa casa a pedirem acocho? Continuaremos a lho negar?

Deplorável o panorama político espanhol!!Nada disso saiu no debate dos políticos

Três  homens e uma secretária a discutir acerca do meu futuro e o dos meus filhos e netos!

E, ainda, um presidente ausente. A olhar o “ televejo” desde o cómodo sofá duma casa de aluguer .Para aproveitar a ponte da Imaculada( sic)
Galiza, não esteve lá. O pior é que a quase nenhum galego ou galega isso lhe pareça problema.

Para a crase política não é importante nem a nossa Terra nem as nossas irmãs.

Porem, depois de ter visto aquele mão teatro dos políticos em competência ( o teatro é cousa boa, ilustra, educa e faz pensar quando bem feito), passei a ver o programa Millenium sobre o Cambio Climático.

Quatro espertos trataram o tema, não só do problema , mas também da perceção que o público tem do mesmo e a incapacidade de fazer com que as pessoas se impliquem em corrigi-lo.

Foi um cambio gratificante. Porque percebi empatia, tranquilidade, rigor, e, sobre todo preocupação por algo que me faltou no Debate dos políticos:

Preocupação pelo BEM COMUM.

Este tomado desde diferentes pontos de vista: A saúde humana: O doutor Ferran Ballester tratou-o em profundidade e com grande capacidade de comunicação: Não podemos respirar um ar que esteja poluído de gazes nocivos e de partículas que obturam nossos alvéolos pulmonares.( As partículas procedem, de preferência da combustão dos carros a gasolina) Perante este problema China está a reagir, porque a taxa de mortandade provocada pela contaminação atmosférica nas suas cidades começa a ser preocupante.

Jacob Petrus informou acerca das modificações climáticas e seus efeitos globais, quer no dia-a dia da nossa vida quer na da vida em geral sobre a Terra.

Cayetano López, Físico, abordou o gravíssimo problema da energia. Este é o problema fulcral. Quais sejam as fontes da energia e como tratemos este tema condiciona o nosso presente e o nosso futuro. Já não se pode seguir a utilizar combustíveis fósseis, ou fontes não renováveis. Por muitos interesses económicos, políticos ou estratégicos dum país ou doutro. Ao fim isso são misérias em comparação com a gravidade da situação ambiental em que estamos.

Não me vale que esta ou aquela companhia seja mais ou menos amiga dum ministro. O importante é PARAR de deitar CO2 na atmosfera sem termos em conta a capacidade da Terra em recicla-lo. Não podemos continuar a alterar a composição do nosso ar comum porque haja oligarquias que queiram garantir seu poder, seu status económico, sem pensar no dano que fazem a milheiros de pessoas, provocando doenças e mudanças ambientais que votam a gente fora de seus países.

Não se trata cá de que se subsidiem as empresas dos “meus amigos” e se neguem aos que não o são.

Trata-se de parar de estragar o ambiente comum. E, para isso é imprescindível mudar o modelo energético abandonando as energias baseadas em carvão, petróleo, gas, e grandes hidroelétricas, para eólicas, solares e pequenas centrais mini hidráulicas. Há que repartir a geração de energia e abandonar as grandes concentrações, de alto impacto ambiental e grandes perdas por transporte.

Em todos os produtos temos que achegar a produção ao consumo. Para reduzir gastos em externalidades que , de momento , não se cobram ao consumidor particular, mas que haverá que começar a cobrar porque deteriora o bem comum, o ambiente.

Também participou no colóquio Antxon Olabe, experto em Economia Ambiental, sustentabilidade e cambio climático. Todos transmitiram rigor científico, e preocupação polo Comum. Pelas pessoas que estão a sofrer as consequências da crise ambiental. Mas julgo que este último foi especialmente simpático com o padecimento das vitimas do malfazer dos políticos.

Espanha ocupa um lugar bem pobre na luta contra as emissões a atmosfera (O terceiro pior  de Europa detrás de Austria e de Eslovenia) e a política de bloquear as energias renováveis que este governo tem empreendido desde seu inicio, para alem de suicidas ambiental e economicamente são um atentado á nossa saúde, ao nosso ambiente e ao BEM COMUM.

Eu penso que, como contraste, foi muito bom ver aos quatro primeiros,( três mais uma) do debate da sexta á “pesca” dos votos, e depois a quatro cientistas falando das cousas que de verdade importam.

Mas, todos eram homens. Salvo a Vicepresidenta do Governo da Espanha, que atuava por delegação.

E, da minha Terra nada escutei aos políticos. Nem da pesca, nem do leite, nem dos montes, nem dos rios. Nem das , ainda ricas , rias galegas, seus portos, seu lugar de privilegio a meio do oceano Atlântico. Da cultura ancestral nossa. Da nossa maneira de ver o mundo.

E será que á cidadania galega nem lhe importa?. E será que já dão a partida por perdida?.

Quem vai falar por NÓS no parlamento de Espanha?. Defender a nossa posse privilegiada de excedentária de Energia? Porque, neste mundo faminto dela, nós, na Galiza, produzimos mais do que consumimos. E produzimos a custo do nosso ambiente, asulagadas as melhores terras em baixo de encoros, ou os nossos montes inzados de ventoinhas. Deveríamos, já que logo, termos algum beneficio por isso. Mas para ganha-lo , nós temo-lo que reclamar.

Quem vai defender o nosso privilegiado ambiente que produz de todo?

Quem a nossa língua e a nossa cultura?. Quem vai parar a degradação cultural e ambiental em que estamos imersas na atualidade?.
Se NOS não o fazemos , ninguém o vai fazer por nós.

Grazas ás socias e socios editamos un xornal plural

As socias e socios de Praza.gal son esenciais para editarmos cada día un xornal plural. Dende moi pouco a túa achega económica pode axudarnos a soster e ampliar a nosa redacción e, así, a contarmos máis, mellor e sen cancelas.