A Geração perdida. Reflexões na morte de Xaime Illa Couto

A todos aqueles que sacrificaram os seus sonhos de juventude. A todas/os os que perderam a juventude sob a metralha dalgum fusil. A geração da guerra. Uma cruzada organizada para matar os projetos, os sonhos, os corpos e as ilusões. Para dar conta de toda generosidade e de qualquer conciência social. A inocencia morreu no 1936, na Espanha dos Capirotes pretos da semana santa, na Espanha do medo. Quando Xaime Isla e os seus contavam, apenas 18 anos. Desde a minha, entre duas gerações perdidas.

A inocencia morreu no 1936, na Espanha dos Capirotes pretos da semana santa, na Espanha do medo. Quando Xaime Isla e os seus contavam , apenas 18 anos. Desde a minha, entre duas gerações perdidas.

“Viva a Morte”! exclamava Millan-Astray no Paraninfo da Universidade de Salamanca, no 1936. Abaixo a inteligencia morte aos inteletuais! Gritos e berros que chefiaram os anos em que tiveram que passar a sua juventude os galegos e espanhois daqueles malfados tempos. Uma juventude enfrentada a um grande reto: Salvar o melhor que tinha e tirar de dentro de sim o  que o ser humano tem de mais prezado: A generosidade, o sentimento social e fazer das disgraças uma oportunidade. Assim o fizeram tantos homens e mulheres daquela geração perdida. Apenas os que salvaram a vida da barbarie fascista comandada pelo General Franco. Com as erva a ser cortada baixo os seus pés, com as ilusões arrumbadas na caixa das lembarnças, debruçaram-se á vida, á espera de tempos melhores.

A Geração de Xaime Isla Couto (dos Isla ), dos irmãos Alvarez Blazquez, dos Del Riego, de Alvaro Gil Varela, Antom Figueroa, Ernesto Guerra Dacal, Carvalho Calero, Isaac Diaz Pardo, Seoane, Celso Emilio Ferreiro, ou Ramon Pinheiro, Beiras, Xosé Luis Fontenla Mendez, Bibiano Ossorio F. Tafall, Isidro Parga Pondal,Valentim Paz Andrade a quem este ano dedicamos o dia das letras galegas. Homens acompanhados das suas mulheres (alguns) que os seguiram compreensivas, nas suas caminhadas através dum mundo convulso e incerto. Todos superaram aquela desgraçada guerra aprendendo a conviver com a depresão económica, moral e social que se seguiu á victoria dos fascistas. Uma situação bem pior do que a atual.

Eram a “Crème de la Crème” da sociedade do tempo e tiveram que fuxir, agachar-se ou, finalmente resistir. Todos, em maior ou menor medida tiveram projeção internacional, e a maioria souberam unir em sua pessoa, o cultivo da cultura e o desenvolvimento económico.

Dessa geração maltratada pela hitória, naceram as empresas mais inovadoras e capàzes de gerar mais riqueza como nunca antes na Galiza: Pescanova, Transfesa, Zeltia, Granxas do Louro, mataderos de Porrinho, e, ainda, uma Editorial para savagradar a lingua e a cultura do País, Galaxia

Dessa geração maltratada pela hitória, naceram as empresas mais inovadoras e capàzes de gerar mais riqueza como nunca antes na Galiza: Pescanova, Transfesa, Zeltia, Granxas do Louro, mataderos de Porrinho, e, ainda, uma Editorial para savagradar a lingua e a cultura do País, Galaxia, e mesmo colexios como o Fingoi em Lugo ou o Colexio Estudio em Vigo que mantiveram aceso o facho da Instituição Livre de Ensino e o espírito da Residencia de Estudantes. Famosa por ser um ponto de encontro da intelectualidade de Espanha. No seu ambito Ernesto Guerra Dacal (o insigne lierato galego) conhecera a Federico Garcia Lorca e por isso este veio a Galiza onde compus os seis famosos poemas galegos.(Chove em Santiago, meu amor..).

Valentim Paz-Andrade foi, dentro dessa geração um dos mais completos e ativos inteletuais. Soubo, como Alvaro Xil ou Diaz Pardo, que um País não existe se a sua classe empresarial não está comprometida com ele

Valentim Paz-Andrade foi, dentro dessa geração um dos mais completos e ativos inteletuais. Soubo, como Alvaro Xil ou Diaz Pardo, que um País não existe se a sua classe empresarial não está comprometida com ele. Conformaram o Grupo Galaxia, agrupados á volta desta Editorial. Valentim Paz Andrade, nas suas andanças arredor do mundo, como funcionàrio das Nações Unidas, na FAO, tivo ocasião de observar os diferentes ecossistemas em que os seres vivos encontram a sua casa. Particularmente asonbrado pelas riquezas que gardava o mar, pensou que neste podia estar a grande oportunidade para Galiza. Eu tenho-lhe ouvido dizer que a capacide do mar era praticamente inesgotável, e punha como exemplo as ovas das pescadas, cá chamadas mílharas ou bragada, que gardam infinitos ovos de peixe.

Aos seus olhos, a potencialidade dos oceanos, para produzir alimento era tão grande que só seria questão de a saber bem ministrar. Da sua cabeça privilegiada saiu a ideia de congelar os peixe em alta mar, recem pescado e de Pescanova a primeira frota de barcos congeladores do mundo. Hoje, todavia empresa lider do seror, a nivel mundial.

Mas Valentim, como acontecia com os outros elementos da sua geração não so se preocupava com os peixes e as pesquerias. Escreveu poesia e prosa. Era o que se pode chamar um homem do tipo do renascimento.

Daquela geração hoje fica vivo, apenas Avelino Pousa Antelo. Neira Vilas era mui novito para ser comparado com eles. Grazas a estes representantes tão dignos, podemos afirmar que não fora uma geração perdida

Daquela geração hoje fica vivo, apenas Avelino Pousa Antelo. Neira Vilas era mui novito para ser comparado com eles. Grazas a estes representantes tão dignos, podemos afirmar que não fora uma geração perdida. Deram ao seu País, Galiza, o melhor que se lhe pode aferecer: Cultura, empregos, riqueza e inovação. E isto sem perder a sua fidelidade a Galiza. Sem esquecer a sua responsabilidade para com o País a que pertenciam. Mostrando que a riqueza não se cria apenas a olhar para o dinheiro,.

A riqueza é um todo complexo e conjunto que tem muito a ver com a cultura como elemento fulcral, a volata da qual é fatível criar tambem riqueza material.
Grande diferència com os tempos atuais, de empresàrios embrutecidos, predatores e especuladores. Incapaces de criar riqueza para o povo. Apenas sabem especular e fazer trampas. Amparados, ainda por uma classe política sem quasquer imaginação e desculturizada conduzem a Europa ou a esta malfadada Espanha a um fracaso inevitável. Ortega y Gasset ja sentenciara que “ ao carro da história de España sempre lhe faltou a roda da cultura”. E isso vê-se hoje.

Não há riqueza material sem riqueza esìritual e cultural. Há cultura. Há criadores/as: Pintoras/es poetas dramaturgas/os, etc. Mas não goçam do necessario apoio social para se desenvolver.

Eu não sei como se pode fazer. Mas sei bem que, na Galiza, há um verdadeiro movimento cultural ainda a pesar da triste classe política que geramos. Mas o que não há hoje é empresàrios comprometidos/as com o seu país. Nem o grupo Inditex lider atual mundial no eido dos testeis, ou a atual Pescanova, podem ser consideradas agora como empresas com compromiso social ou cultura. Com a ggrande riqueza material que geram , deberiam amparar as empresas culturais do País, como as Editoriais porexemplo. Deberiam fomentar bolsas de estudo para favorecer as novas gerações que manifestem um compromiso com Galiza, ou criar seções de investigação e inovação. Como fizeram os devanceiros, a geração da guerra.

Só assim os seus filhos teriam hipótese de ficar no País, de criar riqueza para o conjunto da população, de que os seus descendentes, a atual geração perdida puder achar trabalho na Galiza tão digno como em outra qualquer parte do mundo.

Mais perdida parece a geração atual. Aquela dos que têm hoje a misma edade que tinham os da guerra. Sem projeto, sem cultura de referência, sem resposta face a uma classe política mediocre e amplamente corrompida, mesquinha em seus plantejamentos sociais e obediente dos poderes económicos baseados na especulação e não na criação de riqueza

No dia 25 de abril morreu Xaime Illa Couto. Há dous meses Isaac Díaz Pardo. Fica, apenas, Avelino Pousa Antelo, como elemento daquela geração dita perdida. Tiveram certamente, um grande reto a superar. Mas superaro-no.

Mais perdida parece a geração atual. Aquela dos que têm hoje a misma edade que tinham os da guerra. Sem projeto, sem cultura de referência, sem resposta face a uma classe política mediocre e amplamente corrompida, mesquinha em seus plantejamentos sociais e obediente dos poderes económicos baseados na especulação e não na criação de riqueza.

Aquela geração a que a guerra cortara os seus melhores anos, como foi a de Xaime Isla ou Valentim, souberam superar o reto que a vida lhes pus. Bem mais duro do que o atual. Falta por saber se a geração de agora educada pela televisão, filhas/os de pais e mães geralmente ausentes ou demitidas/os das suas tarefas, hão de ser capaces de o superar pela sua vez.

Isse é o grande reto social a que nos defrontamos porque todas/os fazemos parte, quer do problema quer da solução.

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