Bem-vindo Mr. Xi?

A UE não tem um plano. China sim que tem. E isto na atualidade é um fator de maior estabilidade para os chineses. A UE a dia de hoje tem uma agenda marcada fortemente pela instabilidade e uma grande vulnerabilidade. O Brexit é unicamente um dos pés de uma das debilidades a somar a uma Europa para o leste da Alemanha que não remata de acreditar em que também é UE: Polónia, Hungria, Bulgária,.. e uma crise de legitimidade das instituições europeias onde a Itália e a Grécia pelo sul tampouco estão a ajudar. A todo isto engadimos uma Rússia que apoia a ideia de uma UE fraca e um EUA submetidos à disciplina do trumpismo e a sua nova política económica autárquica.

O plano da UE virou afetado primeiro por uma crise financeira mundial e a seguir por uma crise das democracias como alternativa global para defrontar os reptos do futuro da humanidade: cambio climático, crises demográficas, novo modelo económico,... todo isto num marco político global que pegou um giro cara posturas próprias dos isolacionismos e rematou criando um novo pacto anti-globalização.

O Xi Jinping, presidente da maior e mais poderosa ditadura que jamais tenha conhecido a historia da humanidade, anda de visita oficial e isto deveria ser uma noticia quando menos preocupante para os que definimos como democratas. Ao fim aquele TTIP, o tal esquecido tratado transatlântico entre a UE e os EUA, metido no fundo da gaveta do salão oval por Donald Trump teria sido uma forma de marcar um polo de defesa dos valores de liberdade e democracia, no presente a China avança a sua estratégia OBOR (One Belt, One Road) na sua nova rota da seda cara o domínio e a hegemonia mundial.

Uma vez está travada esta aliança civilizacional transatlântica, já entre os EUA e a UE abandona e unicamente sustentada num tratado de livre comercio entre a UE e o Canada, o CETA, os chineses querem trazer os seus negócios para Europa e têm visa ouro. Nisto temos uma inversão que tem passado dos 200 milhões a mais de 1600 milhões em menos de dois anos desde 2015, por exemplo, no Reino da Espanha. Portugal, como hub atlântico europeu também exerce de polo para os investimentos chineses, que marcam a situação atual da República de Portugal como 2º recetor europeu das inversões chinesas, com a compra do 40% do capital da EDP por parte de capital chinês a mostrar o caminho.

Os cálculos e os números estão para observar, mais de 300 mil milhões de investimentos chineses na UE nos últimos 10 anos, desde o começo da crise financeira. A ditadura de partido único chinesa alarga a sua influência mundial e a UE enfraquece e fica de vez baixo o domínio do politburó de Pequim.

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