"Cando rabuñas na superficie patriarcosa, encontras unha chea de mulleres escribindo, cineando, gobernando"

A Sega © http://www.asega-critica.net/

"O tempo é chegado de okupar con enerxía o espazo público para que as lecturas críticas adopten voces ás que non se lles deu ata o momento nin visibilidade nin autoridade". Así se presentaba hai doce meses a plataforma de critica literaria feminista A Sega, que hai uns días celebrou este primeiro aniversario lembrando o esquecemento que seguen a sufrir as autoras e críticas, nun campo dominado por homes e por visións masculinas: "Sábese moi pouco de quen non son homes ilustres e sábese sobre todo dende parámetros que non só ignoran senón que estigmatizan a escrita e a lectura coñecedora do 50% da humanidade".

E anunciando "accións vizosas" para este 2014, que se concretarán en "accións na rúa". Xa o pasado ano a libraría compostelá Lila de Lilith acolleu un Obradoiro de Crítica Literaria, pero este ano A Sega quere incrementar esa actividade non-virtual: "Para reivindicar a presença e importância das mulheres na literatura galega, autoproclamamo-nos acadêmicas e decidimos celebrar, festejar, o Dia das Galegas nas Letras, já que tão pouco nos quer o Dia das Letras Galegas".

"Ocupamos um espaço ao que não fomos convidadas, e conseguimos fazê-lo nosso sem que ninguém ousasse enviar-nos forças anti-distúrbios (se era o caso, tinhamos as foucinhas afiadas)"

Mantemos con elas unha conversa electrónica, e pedímoslles que valoren o primeiro ano de actividade da plataforma, así coma o cumprimento dos obxectivos que fixaran nun comezo: "O objectivo do grupo era criar um espaço aberto e livre no que publicar crítica literária divulgativa desde uma perspectiva feminista, assim como oferecer essa canle a mulheres críticas sem espaços nos que desenvolver o seu labor. Neste ano logramos dar-lhe continuidade ao nosso trabalho, publicando recensões quase semanalmente, revisamos novidades editoriais e clássicos literários, autoras galegas e estrangeiras, convidamos a mulheres doutros lugares a escrever para nós e às leitoras de aqui a conhecer escritoras doutros lugares. Conseguimos incrementar a listagem inicial de segadoras, com novas incorporações ao grupo". Conclúen que "ocupamos um espaço ao que não fomos convidadas, e conseguimos fazê-lo nosso sem que ninguém ousasse enviar-nos forças anti-distúrbios (se era o caso, tinhamos as foucinhas afiadas)".

Engaden, así mesmo que "a actividade da que mais orgulhosas estamos é a subterrânea: as conversas e debates no grupo sobre aquilo que lemos e escrevemos. A nossa é uma actividade comunitária que respecta a individualidade de cada uma, cousa estranha nos tempos que correm. Ainda que assinemos cada uma as nossas recensões, estas são comentadas polas demais no grupo virtual, e porvezes dá lugar a novos textos, propostas, ideias, que estão a enriquecer-nos a cada uma de nós e o trabalho que fazemos". Esta mesma entrevista, atendida de maneira participativa por todas, é outro dos exemplos deste proceso colectivo de creación.

"Há a quem lhe proem as nossas recensões, não por compracentes ou dispracentes, mas por incômodas. Porque ponhemos o foco lá onde outras não ponhem e dicutimos discursos aparentemente indiscutíveis"

A pesar de que -denuncian- "não foram dados os grandes passo que precisa o 50% da humanidade", si que perciben "movimento, pequenos sismos que pouco a pouco abrem fenda". Sinalan a este respecto que "há a quem lhe proem as nossas recensões, não por compracentes ou dispracentes, mas por incômodas. Porque ponhemos o foco lá onde outras não ponhem e dicutimos discursos aparentemente indiscutíveis. No caso dalgumas obras, as nossas recensões surgiram como uma autêntica dissidência com a opinião geralizada, e isso obriga a pensar, a reflexionar, a questionar o lugar de cada uma no sistema patriarcal".

"Habitualmente, quando uma mulher é elogiada, é-o por escrever de maneira universal, é dizer, como decidem os homens que devemos escrever"

Sinalan, igualmente que hai unhas certas "expectativas" con respecto á produción literaria feita por mulleres ou ás súas críticas que determinan as lecturas que se fan desas obras ou críticas: "considera-se que as mulheres escrevemos duma determinada maneira, atendendo a certos temas ou com um estilo concreto. Quando respondemos a essas marcas é porque fazemos literatura pequena, não universal, para mulheres". Porén, engaden, "quando não quadramos, ou somos desbotadas ou é forçada a leitura para nos fazer entrar no molde. Habitualmente, quando uma mulher é elogiada, é-o por escrever de maneira universal, é dizer, como decidem os homens que devemos escrever".

Salientan, ademais, que "existe, ao tempo, a estigma de que uma obra ideologizada” (feminista, por exemplo) descuida a estilística. Portanto são buscadas na obra mostras desse descuido para poder afirmar categoricamente o importante é a literatura e aqui falha! Desbotemos esta leitura! Quando a leitura responde estilistica ou estruturalmente, o que há é um lamento: que pena que meta tanta ideologia espantadora de leitores atentos, com o bem que escreve!”.

Con respecto á presenza ou á visibilidade das mulleres na produción editorial ou no representado polos medios de comunicación, denuncian que "na maioria da produção editora e na pouca imprensa que há, são homens os elegidos. Eles são a hegemonia; é só por nascerem homens, mantenhem o espaço de representação". E subliñan que as mulleres "temos que, ou bem assumir uma visão hegemônica, ou bem demostrar uma valia extraordinária (pensamos em Montse Dopico, por exemplo), para podermos ganhar um espaço".

"Em quanto rabunhas um pouquichinho na superfície patriarcosa, encontras uma cheia de mulheres cronicando, escrevendo, cineando, governando, e luitando pola dignidade de todas"

"Em quanto rabunhas um pouquichinho na superfície patriarcosa, encontras uma cheia de mulheres cronicando, escrevendo, cineando, governando, e luitando pola dignidade de todas", destacan como o principal aspecto positivo da actualidade.

 

A crítica literaria en Galicia

"Há pouca variedade de vozes e discursos. É habitual que os quatro críticos existentes recensionem as mesmas obras fazendo observações semelhantes. E isso parece-nos aborrecedor"

Preguntámoslles ás mulleres que participan na plataforma de crítica literaria feminista A Sega sobre a crítica literaria que na actualidade se está a facer en Galicia, que cualifican negativamente: "Dada a febleza do sistema, parece que há medo a exercer o poder real que a crítica literária tem, e muitas vezes, mais que crítica, o que temos é recensão de boas-vindas. Pensamos que há pouca variedade de vozes e discursos. É habitual que os quatro críticos existentes recensionem as mesmas obras fazendo observações semelhantes. E isso parece-nos aborrecedor". A este respecto, destacan que "nós concebemos a crítica como um comentário reflexionado sobre um texto e assumimos para isto uma perspectiva feminista. Desta maneira, acrescentamos variedade e pluralidade ao sistema, contribuíndo a enriquecê-lo e afortalá-lo".

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