Surpreende a distância que determinadas posiçons políticas tenhem em relaçom a conceitos plenamente normalizados na vida cotidiana. Por exemplo, o facto de que os filhos se emancipem é visto bem pola maior parte dos pais, num momento em que isto se produze a umha idade cada vez mais avançada. É assim que o facto de se independizarem é visto positivamente. Se irmos, porém, do individual ao coletivo, se pensarmos no conjunto do nosso povo e nom em comportamentos individuais, essas mesmas pessoas que querem a emancipaçom da mocidade galega esquivam-se nos “extremismos” e apelam à incapacidade da Galiza para sobreviver sem estar enquadrada dentro do Reino de Espanha. É neste momento quando nos percatamos de que alguma cousa falha, de que qualquer cousa andamos a fazer mal, que o nosso discurso nom é suficientemente pedagógico.
O referendo pola independência na Escócia marca os movimentos que se podam fazer no marco estatal. Por umha banda, detrás dos preconceitos de muitos galegos e galegas reside a propaganda dos meios de comunicaçom de massas, que sempre equiparárom os processos soberanistas como elementos de violência extrema. Com tudo, se mediante umha petiçom do governo escocês se realizar umha consulta vinculante, e se tanto o Reino Unido como a Uniom Europeia reconhecerem o resultado –seja qual for–, estaremos diante da aplicaçom efetiva do direito de autodeterminaçom do povo escocês. Por outra banda, o movimento soberanista reconhecerá também um resultado negativo à independência, sem renunciar a procurar outra consulta nos vindouros anos. Isto que parece tam normal, quer dizer, que a populaçom se pronuncie sobre o seu futuro, nom criou consenso durante a celebraçom de referendos nom vinculantes na Catalunya. Nom só fôrom meios perfeitamente enquadrados ideologicamente como Intereconomía ou El Mundo os que dispugérom toda umha bateria de impropérios a acompanhar petiçons formais às autoridades para ilegalizá-los, senom que foi o PP e em menor media o PSOE quem criminalizárom estas consultas ficando cada vez mais desconetados da sociedade catalana e buscando de forma oportunista apanhar algúns votos na meseta. Nas últimas semanas umha enquisa sinalava que mais de 50% da sociedade catalana apoiaria hoje a independência, o maior apoio da história. Se a Uniom Europeia acatar o que acontecer nos próximos tempos na Escócia, a leitura que poda fazer a comunidade internacional com respeito ao que se passa no Reino de Espanha pode mudar significativamente.
Nom podemos obviar a relevância da Conferência de Paz realizada o pasado 17 de outubro de 2011, onde a presença do ex-secretário da ONU Kofi Annan fai que a lógica estabelecida por determinado juiz-mártir das esquerdas mesetárias de que “todo es ETA” se dilua perante a referencialidade dos assistentes congregados. Tam só decidírom excluir-se UPN e o PP, organizaçom que junto com o PSOE de López terám que referendar a questionada legitimidade do seu governo cumha previsível aliança das quatro correntes soberanistas e de esquerdas que nestes momentos representa Amaiur no parlamento espanhol. Esta prova do algodom nom referendará o governo autonómico das tres províncias com menos legitimidade da história. A esquerda soberanista criará contradiçons nas bases do Partido Nacionalista Basco, já que a deriva regionalista dos últimos anos contrasta com a posiçom de algum dos seus velhos dirigentes. Se bem a questom navarra porá ao ralenti o processo, o que fica claro é que independentemente da legalizaçom de Sortu a rotura do baralho por parte da esquerda independentista racha de forma evidente o tabuleiro de xadrez que se estabeleceu desde o Estado.
Se levarmos na conta todas as opinions e posicionamentos públicos que nos últimos días arrasam a opiniom pública galega, nom vemos ainda claro o que acontecerá nas vindouras semanas. Porém, o freio institucional ao Plano Ibarreche ou a criva do Estatut som acontecimentos que umha nova força política nacionalista deveria calibrar no respeitante às suas propostas programáticas. Sobretudo se o tema catalám e basco avançar, umha Galiza soa no Estado suporia o momento mais violento do processo etnocida que vivimos, se tivermos em mente, de passagem, o novo Estado que anda a desenhar a FAES. Sem que seja necesariamente o centro das reclamaçons num momento de importantes cortes para a maioria social da Galiza, palavras como soberania e independência deveriam estar presentes no debate de ideias. Porque se alguma cousa é boa a nível individual, nom tem por que censurar-se ou esconder-se a nivel coletivo.