Deus ex Machina. Assim argüiu o Magistrado Sr Juan Luis Pia durante a leitura da sentença do caso Prestige, depois de 11 (onze) anos do afundimento diante das costas galegas deste malfadado barco.
Toda Espanha fica desprestigiada por este Prestige. No contraste com outros países, como foi EE UU no caso do Exon Valdez, ou França com o caso do Erika, mostra que o Estado Espanhol, como tal nem existe
Toda Espanha fica desprestigiada por este Prestige. No contraste com outros países, como foi EE UU no caso do Exon Valdez, ou França com o caso do Erika, mostra que o Estado Espanhol, como tal nem existe. Porque não defende aos seus cidadãos contra agressões como a do Prestige e outras como Alnazcoyar de triste memória. Este estado é só, e apenas, para incomodar aos seus cidadãos com recortes, impostos e corrupções em que o dinheiro arrebatado ao pobre povo sofredor é gasto em parvoíces como aeroportos sem aviões, cidades de Cultura ou incultura ou Caminhos de Ferro mortais que ninguém sabe como controlar. Veja-se acidente de Angrois, no dia 24 de julho véspera da Pátria Galega . Um trem a 180 Kms/h sem nenhum instrumento de controlo para a velocidade a não ser um maquinista que, por acaso, sofreu um despiste que custou 70 mortos... ninguem mais responsável.
Para o Tribunal Superior de Justiça da Galiza, ninguém é responsável pelo acidente do Prestige. Embora se descreva com total detalhe o errático rumo a que o barco fora submetido durante mais de 5 dias contra olas enormes. Um barco ferido e vertendo fuel foi obrigado a se bater contra olas que, segundo disse o Magistrado, representaram mais de 7000 embates contra um casco já debilitado.
De não ter havido uma resposta cidadã tam contundente como a comandada pela Plataforma Nunca Mais, nunca teriam cobrado os marinheiros, redeiras, mariscadoras etc as indenizações que foram ativadas pelo governo de Fraga
Ainda, para este tribunal, a plataforma NUNCA MAIS nem existe, pois nem foi citada. De não ter havido uma resposta cidadã TAM contundente como a comandada pela Plataforma Nunca Mais, que pus a Galiza e o desastre do Prestige em evidência perante o mundo, nunca teriam cobrado os marinheiros, redeiras, mariscadoras etc as indenizações que foram ativadas pelo governo de Fraga para calar a maré de descontento que se estava a levantar nesta sofrida Terra.
Ainda assim é muito o que falta para indenizar. Segundo cálculos da Universidade de Santiago, mais de 40.000 milhões de euros.
Uma das frases mais geniais desta sentença é a que faz referência ao “ambiente” gerado pelas bravas ondas do mar: DEUS EX MACHINA. Segundo se deduz da sentença esta é a única e autentica causa do acidente transformado em desastre pela torpeza e inoperância dos governantes que foram controlar as manobras. Desde Madrid, que como todo o mundo sabe não tem mar a não ser o virtual. Alvarez cascos que mandou o buque ao quinto c... Rajoy que falava de “hilillos em estiramiento vertical”por que o Fuel nunca se solidificava como ele sustinha, Fernandez de Mesa, para quem o Tribunal reconheceu uma atuação errática (seria como a do barco) ou López Sors diretor geral do tráfico marítimo, único acusado no caso. E, ainda o Sr Aznar que tudo descontrolou com a sua soberbia e desprezo.
Resulta chocante estar a favor da poluição difusa, negra, mas bem estendida, (para todos, há que ser populares) que procurar um foco contaminante localizado, controlável e evitável
Outra perola esgaçada desta sentença é a relativa aos danos provocados pela contaminação: Teria sido, e foi, melhor uma poluição generalizada mas menos concentrada -que acabou afetando a 1177 praias, 2900 quilômetros de costa e produziu mais de 170.000 t.m. de resíduos- que um foco localizado afetando a um local pequeno mas mais concentrado. Quer dizer, e, para quem explica Ciências da Terra, resulta chocante estar a favor da poluição difusa, negra, mas bem estendida, (para todos, há que ser populares) que procurar um foco contaminante localizado, controlável e evitável.
Quero sinalar, posto que a sentença é já conhecida e que já há muitas opiniões acerca do assombroso fato acontecido hoje a 11 anos do acidente, que tudo foi bastante sub-realista:
Em fim, foi um sim pero não, um não pero sim, em que nenhuma força nem ação humana resultou responsável
O Presige teve um rumo errático, mas nem tanto. A poluição fui muita, mas extensa e já se vai recuperando (depois de 11 anos ainda não totalmente) o Capitão é algo responsável, mas não completamente, o Sr López Sors, único representante da administração, não culpável, pois apenas obedecia ordens de superiores que, casualmente, não estavam sentados na banca dos acusados.
Em fim, foi um sim pero não, um não pero sim, em que nenhuma força nem ação humana resultou responsável.
Foram, apenas as ondas do mar, que como sabemos, vêm e vão e, por cima de tudo DEUS, que trabalha imenso. Ah!, e os chineses, que pelos vistos também tiveram parte de culpa por terem revisto o barco e conferir que estava bem. Os chineses são um perigo...
DEUS EX MACHINA. Tribunal Superior de Justiça de Galiza dixit.