Abel Caballero cumpriu o passado junho seis anos como alcaide de Vigo. Alcaldia que por mor do tamanho e importáncia da cidade, tem um papel determinante para todo o sul da Galiza. Seis anos é período mais que suficiente para poder avaliar resultados da linha política dum governo -embora os primeiros quatro anos fôrom sob o modelo de bipartido PSOE-BNG-, e sobre todo para conhecer as necessidades e demandas de quem governa.

Seis anos é período mais que suficiente para poder avaliar resultados da linha política dum governo -embora os primeiros quatro anos fôrom sob o modelo de bipartido PSOE-BNG-, e sobre todo para conhecer as necessidades e demandas de quem governa

Em primeiro lugar é importante destacar os verdadeiros apoios de Caballero. No ano 2007, quando acedeu à alcaldia, obtivo 44.398 votos (17,4% do censo eleitoral: 255.109), sendo a segunda força mais votada e, mediante o bipartido, governou os primeiros quatro anos.

Nas últimas eleiçons, ano 2011, aumentou ligeiramente o número de votos, atingindo 50.045 (21,04% do censo eleitoral: 237.815), continuando como a segunda força política em número de votos, mas agora, governando em solitário. Caballero é alcaide, com apoio de 1 de cada 5 viguesas e vigueses.
Este dado, evidentemente tam importante, nom é meramente informativo, mas reflite a verdadeira base e apoio social com a que conta. Porém, a sua prepotência, combinada com a morna oposiçom municipal à sua direita e esquerda, facilita que imprima um sui generis modelo bonapartista de governo e pretenda fazer de Vigo umha cidade-estado.

Caballero é alcaide, com apoio de 1 de cada 5 viguesas e vigueses

Todas e todos que vivemos nesta cidade e no conjunto do território municipal conhecemos o caráter fanfarrom e populista do regedor. Dia sim e dia também, podemos olhá-lo ou escuitá-lo em diferentes meios radiofónicos ou televisivos, sejam programas locais ou nacionais. Conta ao seu serviço com o jornal mais vendido no sul da Galiza, ao que algum/has já denominárom O Faro de Caballero.

Sempre com ideias velhas pintadas de novas, discursos baratos, sugestons megalómanas e ambiciosos projetos que afortunadamente nunca vai realizar. Quem nom se lembra dos projetos faraónicos como umha segunda ponte na ria para unir diretamente Vigo com Cangas, ou a reforma da praça do Concelho elaborada por Moneo, ou o World Trade Center de Nouvel no porto... Como di a minha avô: cam que ladra, nom trava.

Pois bem, um regedor com tanta difusom mediática, que presume de viguismo, deconhece a realidade da cidade, os problemas e as necessidades reais do povo trabalhador viguês, e como bom cacique e manipulador das emoçons, pretende criar problemas e confrontos inexistentes que só favorecem a espanholizaçom do país e o embrutecimento popular.

Um regedor com tanta difusom mediática, que presume de viguismo, deconhece a realidade da cidade, os problemas e as necessidades reais do povo trabalhador viguês

Fruto das consequências da crise capitalista e da opressom nacional da Galiza, Vigo na atualidade vive imerso numha conflituosidade social permanente.

A crise e a ausência de soberania nacional, que aumenta ano após ano, castiga duramente a dezenas de milhares de trabalhadoras e trabalhadores. Como consequência disto, nos últimos anos tivemos centenares de manifestaçons reclamando infinidade de direitos e conquistas que nos som roubados por Espanha e polo capitalismo.

Nas últimas semanas e meses milhares de pessoas sairom à rua para luitar polo seu emprego, para defender a sua vivenda e os seus direitos: famílias expulsas das suas casas polos despejos, saqueadas polos bancos pola trama das preferentes, o proletariado do naval, contra a privatizaçom da sanidade pública, por um convénio digno em Vitrasa, em defesa dos centros cívicos, cortes de liberdades de expressom, contra o roubo salarial que pretende aplicar a direçom de Povisa, contra a especulaçom chamada Porto Cabral, contra as reformas laborais… problemas reais e quotidianos na vida das viguesas e vigueses.

Peinador move a menos de 1 milhom de passageiros/as ao ano, e sabes porquê? Porque 80% da cidade nom tem dinheiro para viajar em aviom, tem um contrato laboral precário, nom chega a fim de mês ou está desempregado

Umha viguesa que carece de água na sua casa porque o Concelho realizou umha má reforma nas canalizaçons de Teis, umha viguesa que foi estafada e a quem roubárom os seus aforros enquanto o alcaide da cidade onde reside lhe oferta o título de “Viguês distinguido” à mesma pessoa que lhe vendeu esse produto, umha viguesa que foi despedida dum estaleiro porque Almunia (companheiro de partido do alcaide) vendeu-na em Bruxelas, ou umha viguesa que tem um contrato precário porque Zapatero (do PSOE igual que Caballero) realizou a segunda reforma laboral mais importante da história… e assim poderíamos continuar em todos conflitos. Mas sabes o que nom lhe preocupa a essa viguesa? Peinador, o futebol ou Melendi.

Peinador move a menos de 1 milhom de passageiros/as ao ano, e sabes porquê? Porque 80% da cidade nom tem dinheiro para viajar em aviom, tem um contrato laboral precário, nom chega a fim de mês ou está desempregado. Em lugar disso, sim que lhe preocupa Vitrasa, o qual colhe todos os dias, que recebe um subsídio de 12 milhons de euros da Cámara municipal, custa 1,26 euros o bilhete singelo e move a mais de 20 milhons de passagerios/as cada ano.

Tampouco lhe interessa o futebol. Grande parte da cidade de Vigo nom quer que o alcaide lhe regale bilhetes para ver um jogo em Balaídos, nom, a maioria dos mais de 40.000 desempregados da cidade de Vigo quer trabalhar, ter umha casa onde morar e viver dignamente, já nom vale a política de “pam e circo”.

Grande parte da cidade de Vigo nom quer que o alcaide lhe regale bilhetes para ver um jogo em Balaídos, nom, a maioria dos mais de 40.000 desempregados da cidade de Vigo quer trabalhar

Nem Melendi, o cantante espanhol que cantou por terceira vez este ano em Vigo, provocando que os orçamentos municipais tenham um capítulo destinado exclusivamente com o seu nome. Este dinheiro serviria, por exemplo, para manter aberto os quatro centros cívicos da cidade.

Os mais de seis anos e meio do mandato de Caballero som pura demagogia diária, banais notícias express como bombas de fumo para ocultar a realidade na que vivemos. Vende-nos diferenças existentes entre o PSOE viguês, o de Compostela, Madrid ou Bruxelas. Quando em realidade empregam as mesmas políticas de direita a diferente escala.

Peinador é o particular Gibraltar espanhol de Caballero, um aeroporto que foi marginalizado e ocultado por ele mesmo como ministro de Fomento, e agora, 20 anos depois reclama “justiça”!

Nem conhece, nem quer conhecer a maior parte do povo trabalhador viguês. Bem sabemos para quem governa, e por muitos programas de rádio que poda fazer, seguirá sempre governando para os interesses de outros que nom somos o povo trabalhador.

O caballerismo governa para os ricos, para o patronato, para os que nom sofrem a crise económica nem sentem as dificuldades de chegar a fim de mês

O caballerismo governa para os ricos, para o patronato, para os que nom sofrem a crise económica nem sentem as dificuldades de chegar a fim de mês. Vigo nom está melhor hoje que há 6 anos, e nem Caballero é o salvador da cidade, nem Vigo vai desaparecer quando finalice o seu mandato.

Os nossos problemas continuam e acrescentam-se, mas que mais tem que nom podamos viver dignamente se com isso pagamos novas rotas desde Peinador e assistimos de forma gratuita a Balaidos. Abel Caballero, pessoa nom grata em Vigo.