Calde desprotegido. Denuncia dum ato sem qualquer sentido

As árvores que rodeavam o sanatório de Calde forom taladas sem nenhum respeito. A dór!

Aquele sanatório foi construido como Sanatorio Antiruberculoso. Dentro do Plan de Luta anti-tuberculosa que se empreendera em toda Espanha para acabar com esta doença que segava a populaçom de Espanha e de Galiza. Em particular, o Doutor Exiquio Sánchez Cuesta, natural de Ávila, foi o encarregado de por em funcionamento este Sanatório. Foi o seu primeiro diretor desde o ano 53. Em Lugo a luta anti-tuberculosa foi especialmente eficaz, mercê, sobre todo a este eminente médico, que a sorte quis que viesse para a nossa cidade, onde casou e viveu durante mais de 50 anos.

A tónica geral dos sanatórios anti-tuberculosos e de doenças respiratórias era de serem ubicados em lugares saudáveis, por isso o Sanatório de Calde rodeou-se dum bosque ou cinto verde que garantisse a pureza do ar e o repouso dos seus pacientes. O Bosque cumpria essa dupla missão de purificar o ar e de servir de lugar de lecer, de passeio e de relax. Hoje isso não parece sere importantes para a nova medicina, baseada em dados, análises etc, que para nada têm em conta o estado anímico do doente. Fria medicina, frio entorno.

 

Calde fica des-arvolado como um barco a deriva. Exposto ao frio no inverno e ao calor no verão, desprovido do abrigo que as árvores lhe prestavam. Numa época de relações marcadas polo mercantilismo, cabe  perguntar-se: A quem vai beneficiar a barbaridade consumada com a desfeita da floresta do Sanatório? Igual vai ser substituída por uma placa de cimento para estacionar coches?: Uma Ilha de Calor, Que irradia calor em verão e fornece frio e vento no inverno. Outro elemento a mais para favorecer o câmbio climático.

Hoje todo isso se arranja com o ar condicionado do interior do prédio que irá consumir mais energia e produzir um ar viciado e contaminante para as pessoas alí alojadas. Teremos mais legionelas para todo consumo. Como acontece em tantos hospitais e sanatório (lembremos que este é um problema recorrente em muitos hospitais).

Nom sei de quem é a responsabilidade. Nem sei quem vai cobrar a venda da madeira. Os troncos que vi estão sãos e limpos. Algo devem valer. O terreno já está disposto para que alguma empresa construtora poda la fazer seu lucro. Quem ganha? Os mesmos de sempre: Especuladores, construtores e amigos de quêm tem o poder de dar as concessões das obras.

Quem perde: Os doentes, a saúde e o povo de Lugo que tinha um sanatório que em seu tempo foi exemplar e agora só tem um edifício em franco deterioro exposto a todos os ventos e inclemências dos tempos.

Deveríamos fazer um exercício de reconhecimento e de gratidão, lembrando ao Doutor Exiquio Sánchez Cuesta que fez lá um trabalho exemplar e que dedicou o melhor da sua vida ao povo de Lugo. Repondo a floresta, e dedicando-lhe este sanatório a seu nome.

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