Correios. Os perigos da privatização

Já os estamos a sofrer.

A inoperância atual dos Correios é algo alarmante. Não era assim em tempos ainda recentes. Mas, na atualidade, todas as operações que tiverem a ver com envios do estrangeiro, não sendo Europa, devem passar pola alfândega dependente do Ministério da Economia e a Fazenda. E lá ficam retidos!.

Este Ministério tem unha parceria com unha empresa, ADT Postales, que é a que gere tudo o que tiver a ver com as alfândegas. Esta empresa é a herdeira da “Speedtrans” que gerou milheiros de problemas por inoperância e por cobrar conceitos de maneira ilegal.

Desde há algum tempo, todo está centralizado em Madrid e gere-se por esta empresa privada. Externalizar, dizem.

Vamos descrever o processo:

Anunciam-che na tua morada a chegada de um pacote do estrangeiro (não vindo da União Europeia). Este vai ficar retido pola ADT Postales —nomeadamente se vem do Brasil— até remeteres uma série de documentos assinados. A única maneira de enviar estes documentos é através da página web www.adtpostales.com. O balcão público dos Correios não vale já. Isto já é chamativo, pois suponho que neste País haverá muita gente que não disponha de computador nem tenha conhecimento de informática. (Disseram-me que isso não estava previsto. Quem não tenha internet que se f… amole!).

A única maneira de enviar estes documentos é através dunha web, o balcão público de Correios não vale já

Mas resulta que a página não funciona. Das três vezes que o intentei, não pude enviar os meus documentos porque não funcionava. Intentaram dos Correios de Lugo, também sem sucesso (portanto, quatro vezes).

Das três vezes que liguei telefonicamente ADT Postales disseram-me que a página tampouco lhes respondia.

Apesar de tudo, fizeram voltar o apcote para o Brasil por exceder o tempo de armazenagem (?). Perguntei se tinham algo contra do Brasil. Sem resposta.

Ainda por cima desta inoperância, há que pagar um extra de mais de 17 euros mais IVA (21%) pola gestão que a empresa ADT faz para o Ministério de Economia e Fazenda .

Se vocês quiserem consultar pola web ver irão a quantidade de problemas denunciados por usuários/as a respeito desta empresa, e da sua predecessora, a Speedtrans. A concessão para a parceria nunca saiu a concurso público e todo parece que é um “arranjo” cozinhado polo Ministério de Economia e alguma amizade que depois pagará os favores fazendo girar as portas.

Nada se discutiu em público para centralizar esta função das aduanas que têm oficinas por toda Espanha e que antes geriam estes pormenores sem qualquer problema e, todavia, retirar-lhe a função a  “cousa pública” de Correios que funcionava perfeitamente.

Nada se discutiu em público para centralizar esta função das alfândegas que têm oficinas por toda Espanha e que antes geriam estes pormenores sem qualquer problema e, todavia, retirar-lhe a função de “cousa pública” dos Correios que funcionava perfeitamente.

Unha vergonha mais nesta Espanha de corruptelas e de inoperâncias. Estas resultam, normalmente, daquelas.

Eu estou verdadeiramente escandalizada por estes fatos. Com este Governo e a sua ideologia de privatizar todas as funções que lhe teriam correspondido ao Estado. Assim consegue espremer ainda mais a cidadania, cobrando extras por qualquer movimento que fizermos. Corrijo: além do pagamento com os nossos impostos. Aparecem sempre pagamentos a mais para nos abrumar e colaborar a engordar essas contas dos privilégios que vão associados ao poder de um jeito espúrio.

Eu creio que já basta. Avonda!! A cidadania tem direito a ser tratada com respeito.

Temos direito a que os nossos impostos sejam bem empregados. Os recortes são uma falácia. Botam fora aos bons trabalhadores de Correios e tiram-nos o nosso dinheiro para uma empresa privada que, polo que sei maltrata aos seus trabalhadores obrigando-os a fazer horas a mais, metidos junto com os nossos pacotes num “rocho” de menos de 40 m2 ensilados e mal misturados até que se perdem na demora da entrega.

Toda a gente que sofreu estes problemas deveria protestar, para fazer valer os nossos direitos cidadãos.

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