Corunha deve mobilizar-se polo emprego

A começos do mês de abril NÓS-Unidade Popular denunciava a desastrosa situaçom sócio-laboral da comarca da Corunha: quase 10% da populaçom da cidade está no desemprego. O total de pessoas que vivem tal situaçom no conjunto da Comarca, supera já a dramática cifra de 30.000. Todos os dias acordamos com um conflito coletivo novo e todos os meses encerram negócios  e empresas e centos de pessoas  passam a fazer parte da numerosa legiom de excluídas do mundo do trabalho.

Nom há mais que repassar a imprensa, e nom será difícil compilar umha boa quantidade de conflitos laborais importantes que afetam a Comarca: EREs em Alcoa e Sykes, reduçom de jornada laboral em Atento, corte de direitos laborais em Rodabell, despedimento sem opçom à subrogaçom na Torre de Hércules…todos estes conflitos tenhem em comum o facto de responderem a umha aplicaçom prática da última reforma laboral. O patronato nom aguardou nem um segundo para aproveitar-se de todas as vantagens que essa reforma laboral brindava e de maneira imediata começou a atacar as conquistas sociais dos trabalhadores e das trabalhadoras, ou seja, invalidaçom de facto dos convénios coletivos, unilateralidade nos cortes de direitos e arbitrariedade nos despedimentos.

O caso de Sykes, em concreto, é especial, porque se acolheu à reforma laboral horas antes de esta serem ratificada nas cortes espanholas (isto prova como se gestou realmente a reforma e para quê) e via ERE pujo na rua 165 empregadas/os sem lho comunicar ao Comité de Empresa

O caso de Sykes, em concreto, é especial, porque se acolheu à reforma laboral horas antes de esta serem ratificada nas cortes espanholas (isto prova como se gestou realmente a reforma e para quê) e via ERE pujo na rua 165 empregadas/os sem lho comunicar ao Comité de Empresa. O caso de Atento e o de Alcoa também som casos de aplicaçom de EREs por pretensos motivos de produçom evitando a via da negociaçom e o caso de Rodabell é umha descida de salários na prática, suprimindo o direito a comedor e eliminando complementos, é dizer, um ataque claro ao poder aquisitivo dos trabalhadores e das trabalhadoras, precisamente num momento em que os preços dos artigos de primeira necessidade vam subir, toda vez que subirá o IVA e o preço do combustível, com a conseguinte reaçom em cadeia que isso produz.

A esquerda Independentista  já saudou a decisom da CIG de convocar para finais de junho umha nova greve geral

Destrói-se e precariza-se emprego dramaticamente e nom se nos oferecem alternativas. Isto é porque evidentemente a oligarquia económica e política nom está preocupada com o impacto social das suas cruentas reformas, mas também porque como é lógico o capitalismo nom tem umha alternativa real ao capitalismo; ao sistema apenas lhe fica fugir para diante. A alternativa apenas será socialista, naturalmente.

A esquerda Independentista  já saudou a decisom da CIG de convocar para finais de junho umha nova greve geral. Claro está que nom se pode pensar nas greves gerais como fatos definitivos numha dinámica de luita, que mudarám por si próprios um palco de conflito. A greve é umha ferramenta a utilizar no contexto da luita, mas sem esquecer o debate e a informaçom nas assembleias, as manifestaçons, as jornadas de luita a nível setorial…todas essas fórmulas de mobilizaçom e conscientizaçom estám cada vez mais esquecidas. Por outra parte, nom devemos esquecer a palabra de ordem de agir localmente e pensar globalmente. No contexto corunhês fai-se necessário visibilizar as luitas operárias na Comarca e utilizá-las para conscientizar e mobilizar.

Quero recordar a pequena tabela que no seu dia figemos pública, como conjunto de medidas corretoras contra a marginalizaçom social que trazeria consigo a imparável crescida do desemprego:

1.- Liberaçom de solo de propriedade municipal sem utilizar para cultivos de caráter comunal.
2.- Coordenaçom com todas as administraçons para criar grupos de limpeza e mantimento nos montes e nas praias.
3.- Contrataçom de pessoas em desemprego para serviços assistenciais, tais como atençom de pessoas idosas e doentes ou crianças (a necessidade destes serviços multiplica-se em época estival).
4.- Contrataçom de pessoal para a vigiláncia e limpeza do património histórico-artístico e para ajudar as pessoas visitantes (guiá-las, orientá-las e oferecer explicaçons).
5.- Prover créditos para o autoemprego e o emprego cooperativo e implicar o empresariado local num plano laboral com responsabilidade social, isto é, orientado a coletivos com dificuldades para entrar no mercado laboral, como mulheres, maiores de trinta anos, jovens, imigrantes…
6.- Investir na recuperaçom do meio natural, empregando a pessoas da zona e com vistas à revalorizaçom dos espaços em que se intervém, como ponto de partida para a criaçom de mais emprego, aproveitando o meio e nom sobreexplorando-o. Um espaço prioritário seria a ria do Burgo.
 

Um nom à reforma laboral em chave local e comarcal para dizer também quem tem a responsabilidade das administraçons locais na situaçom e propor atuaçons no ámbito local para combater o desemprego

Como já assinalamos quando o figemos público, este é um minúsculo pacote de medidas que se poderiam implementar desde a iniciativa pública. Um pacote minúsculo e reformista, mas que nom deixaria de ser interessante saber que resposta dariam desde as cámaras municipais, ou desde órgaos como o Consórcio das Marinhas acerca dele, se estariam dispostas/os a implementá-lo ou nom  e porquê. Nós estamos dispostas e dispostos a pôr estas reivindicaçons à frente numha mobilizaçom operária e popular polo emprego. Ainda que naturalmente as reivindicaçons de cabeça tenhem que ser “nom à fuga da indústria da nossa comarca”, “nom aos EREs arbitrários”, “nom ao corte de direitos laborais” e, em definitivo, “nom à reforma laboral”. Um nom à reforma laboral em chave local e comarcal para dizer também quem tem a responsabilidade das administraçons locais na situaçom e propor atuaçons no ámbito local para combater o desemprego.

Colocamos portanto a necessidade de umha grande mobilizaçom (ou várias) na Comarca em datas prévias à greve geral de junho, polo emprego e assinalando claramente os responsáveis da atual situaçom.

Grazas ás socias e socios editamos un xornal plural

As socias e socios de Praza.gal son esenciais para editarmos cada día un xornal plural. Dende moi pouco a túa achega económica pode axudarnos a soster e ampliar a nosa redacción e, así, a contarmos máis, mellor e sen cancelas.