Galicia Bilingüe, a fera ferida

Este coletivo foi a força de choque de umha oposiçom parlamentar que tencionava atacar o Governo por todas as vias e nem se importou em abandonar consensos prévios

Foi durante a ditadura bipartida quando a associaçom Galicia Bilingüe apareceu nas capas de todos os jornais da Galiza. Naquele momento, este coletivo foi a força de choque de umha oposiçom parlamentar que tencionava atacar o Governo por todas as vias e nem se importou em abandonar consensos prévios em que participara o próprio PP na década de 90. Galicia Bilingüe foi protagonista: nas suas mobilizações participavam futuros conselheiros, futuros vice-presidentes, presidentes de cámaras municipais... Umha capacidade de influência potenciada por uns altifalantes mediáticos que interessadamente colocárom um suposto conflito e umha suposta discriminaçom como discurso central. Gloria Lago, líder do grupo, em só uns meses conseguiu o que outros nom atingírom em anos: entrevistas em televisom, rádios, jornais... muitos recursos e plataformas ao seu alcance e ao seu serviço.

De importante ajuda para atingir o objetivo de pisar tapete, GB tornou-se numha companhia incómoda e ruidosa que, abandonada e magoada, berra e precisa chamar a atençom de quem foi seu aliado

Num tempo no que a escolarizaçom das nossas crianças em galego era igual de complicada que agora, pudemos conhecer pais e mães que nom tinham oportunidade para educar os seus filhos em castelhano na… Corunha e Vigo!! Progenitores que se tinham que deslocar até à província de Samora para poderem comprar os livros de texto das suas filhas e filhos em língua castelhana. Realmente Galicia Bilingüe estava no centro do foco e tinha poder.

Mas os tempos mudam. E nem sempre som chegados. A centralidade e necessidade de GB para o PP foi desaparecendo e quem anteriormente nom tivo escrúpulos em acreditar em falsos conflitos, agora tem de gerir umha realidade que nom se corresponde com o mundo ficcional descrito polos bilingüistas. De importante ajuda para atingir o objetivo de pisar tapete, GB tornou-se numha companhia incómoda e ruidosa que, abandonada e magoada, berra e precisa chamar a atençom de quem foi seu aliado, de quem tirou proveito dela. Que estejam a cumprir os pontos básicos do seu roteiro nom lhe avonda: é por isso que a sua procura da divisom e do conflito se centra agora em denúncias mediáticas, como a recente contra a equipa de dinamizaçom lingüística do Conservatório de Santiago, centrada na sua responsável, Isabel Rei.

Curiosa associaçom que se diz bilingüe e pola igualdade mas que no seu site só recolhe denuncias contra o galego

Curiosa associaçom que se diz bilingüe e pola igualdade mas que no seu site só recolhe denuncias contra o galego. Curiosa associaçom que habitualmente reclama contra medidas estimuladoras e a favor da língua galega e que agora pretende impor a umha equipa de dinamizaçom como é que tem que fazer o seu trabalho. Se o seu protesto fosse para reclamar algum tipo de material em castelhano, a sua linha habitual, poderia até enquadrar na sua peculiar lógica. Mas, neste caso, quem tem apreço zero polo galego pretende impor a quem trabalha com a nossa língua como esta deve ser entendida e interpretada. Onde durante anos hom houvo nengum tipo de problema, pretendem criar a divisom, apesar de que o grande valor por explorar da nossa língua é a sua capacidade de servir como factor multiplicador e mais-valia para toda a cidadania galega.

Cumpre manifestar contundentemente o nosso apoio e solidariedade com quem é acossada vilmente por ser conseqüente com esta visom universal, abrangente e integradora da língua

Frente a este discurso do ódio à língua própria da Galiza existe umha cidadania ativa e consciente que percebe que como galegas e galegos temos umha característica única que nos distingue de outros povos. Somos a única realidade nacional que tem capacidade de comunicar nas duas línguas romances mais pujantes e estendidas no mundo. Temos formaçom para comunicar em castelhano e, de maneira natural, comunicamos em galego, o nosso português. Utilizamos a língua para unir, para reforçarmos a nossa coletividade, para abrirmo-nos ao mundo para chegarmos a ser universais a partir do próprio. Mas nom para dividir ou para tentar esquecer a nossa raiz. Cumpre ser firmes e rejeitar os argumentos de quem procura umha Galiza já nom galega, cumpre mostrar que a nossa língua, além de principal símbolo da nossa identidade, é umha riqueza. E cumpre manifestar contundentemente o nosso apoio e solidariedade com quem é acossada vilmente por ser conseqüente com esta visom universal, abrangente e integradora da língua.

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