Este tema está mil vezes abordado, e nom por isso deixam de aparecer motivos para escrever sobre ele. Falo do uso perverso, inadequado, distorsionado, ilícito e corrupto da TVG. A TVG, que é a televisom que por lei tem umha finalidade bem marcada: a de defender a identidade galega, a sua língua e a sua cultura. A TVG nom nasceu para fazer-lhe a competência, nem à televisom estatal, nem às televisons comerciais. A TVG é um méio público cuja existência está justificada no cumprimento das funçons e os objetivos que lhe marcam a lei e os seus estatutos de empresa pública. Os shares de audiência nem o justificam tudo, nem vale tudo para conseguir shares “competitivos”.
A verdade é que há muito tempo que a TVG é umha decepçom crónica para mim. Podia ser a janela a muitas cousas, e nem sequer é um instrumento para dar-lhe prestígio à língua galega, que é o mínimo que se lhe poderia pedir. A sua programaçom é carente de criatividade, mimética com todas as televisons, bastante mais aló do inevitável. O problema maior e o maior motivo de contrariedade para mim, é a naturalizaçom e assimilaçom sem maiores questionamentos da subcultura espanhola.
E, dentro dessa naturalizaçom, está esse dar-lhe cancha a freaks espanhois que nada (positivo) nos aportam, e que além disso som delinqüentes, cujo único mérito público som as suas práticas delituosas. Já rebenta que seudo-artistas como The Gemeliers e outras brincadeiras tenham na TVG, a travês desse programa de “humor” chamado Land Rover, por exemplo, umha plataforma de promoçom...mas a jinja do insuportável, o cúmulo do intolerável, é a apariçom estelar nesse mesmo espaço desse extorsionador, chantajista, conspirador, ladrom e vividor conhecido como “El Pequeño Nicolás”. Há canles privadas espanholas que se negarom a entregar-lhe um euro a esse personagem, que lhe dixerom que podia acodir lá a falar do que se espera que fale, mas de graça, sem cobrar (e esse é o motivo polo que nom aparece por esses méios) Na televisom pública galega, este senhor veu demostrar-nos o seu excelente sentido do humor (pois que lhe aproveite, nom me interessa o seu “lado humano”) a cámbio de uns honorários que estaria bem conhecer. Umha recomendaçom a Roberto Villar e a sua equipa: tenho um amigo ao que nom conhece ninguém; nom foi nem espiom do CNI, nem foi amigo nunca de nengum político ou empresário importante...é fontaneiro e agora está no desemprego, isso sim, nom lhe importaria gravar uns sketches no Land Rover...também tem muito sentido do humor. Fazer, faria-o de graça, mas sugiro que lhe paguedes sequer a quarta parte do que lhe pagastes ao Nicolás. Ah, que nom interessa...! Já. O povo galego apenas vale para fazer de aplaudidor dos botarates que vam ao vosso programa; por certo, todos esses seres do submundo espanhol tenhem em comum que nom falam nem papa de galego (excusa perfeita para nom utilizar a língua vehicular da TVG?)
Entregar-lhe cartos a um delinqüente (e nom vinte ou trinta euros, que é o que se lhe dá a um “extra” em qualquer série de ficçom da TVG) a cámbio de dar-lhe minutos de cámara para que branquee a sua imagem pública, eu nom sei como lhe chamarám outros, eu chamo-lhe corrupçom. É um uso indevido de cartos públicos. No intercámbio, o beneficiado é sempre o freakie de turno, de facto é o único que recebe algumha cousa. Ele o único que pom é a sua pessoa a disposiçom de umha cámara à que necessita para nom caducar.
Sei que será inútil, mas convido a repassar o estatuto de autonomia galego para recordar para quê entendiamos que tinha que haver umha rádio e umha televisom públicas galegas. Desde logo, nom era para reciclar o lixo produzido na Espanha.