Umha das surpresas mais inesperadas na política galega foi a maioria absoluta atingida polo Partido Popular nas passadas eleiçons municipais em Compostela. Do que significaram os seus nove meses na Cámara e a entrada do também imputado Ángel Currás já reflexionei neste meio no seu momento. O que interessa neste momento nom é fazer umha valorizaçom sobre os acontecimentos concretos de que foi protagonista Conde Roa, mas de responder a diferentes elementos que aparecem atravessados por diversas problemáticas como a porta giratória, a desafeiçom política e como afeta esta ao eleitorado tradicional da direita.
O problema para a direita sociológica da que falamos é quando nom encontra essa coerência individual, que tem a ver fundamentalmente com a moral, no comportamento dos dirigentes do Partido Popular
Em primeiro lugar, para o eleitorado da direita a decência –o que eles entendem como tal, baseado fundamentalmente nos valores conservadores e religiosos- é um elemento central. Para eles a esquerda que promulga a liberdade sexual e reprodutiva -que polo tanto é favorável ao aborto-, e que quer um reparto mais equitativo da riqueza sem entender o valor do indivíduo, o que é por cima de todas as cousas é indecente. O problema para a direita sociológica da que falamos é quando nom encontra essa coerência individual, que tem a ver fundamentalmente com a moral, no comportamento dos dirigentes do Partido Popular. As diferentes filtraçons aos meios de comunicaçom que se deram sobre o caso Conde Roa e que precipitaram a sua saída nom se podem compreender sem este elemento, como tampouco o facto de que renunciasse à militáncia no partido após trinta anos. Isto apenas demostra um desgaste de um eleitorado afetado diretamente pola estafa das preferentes. Paradoxalmente, parece que um dos principais elementos de oposiçom ao PP neste momento é o próprio sentido comum da direita, que tem claro que nom som o que dizem ser. Este espaço, que fai da sua interpretaçom moral o centro da política, pode ser o caldo de cultivo para a consolidaçom de novas forças que fam do centralismo e dos ataques ao direito a decidir o seu elemento identitário fundamental.
A debilidade empresarial deste país condiciona umha dependência atroz de diferentes setores produtivos aos acordos de colaboraçom com as empresas públicas e as diferentes concessons administrativas
Por outra parte o professor José Carlos Bermejo Barrera indica a dependência no nosso país dos projetos empresariais frente à administraçom pública. A debilidade empresarial deste país condiciona umha dependência atroz de diferentes setores produtivos aos acordos de colaboraçom com as empresas públicas e as diferentes concessons administrativas, sendo um caso sobejamente conhecido o das construtoras e os diferentes negócios imobiliários, com importantes alteraçons na ordenaçom do território. A suposta política da subvençom que tanto criticam os mestres da demagogia das diferentes tertúlias neoconservadoras tenhem também um reflexo em modélicos empresários ou mesmo banqueiros que iniciaram a sua atividade privada após passarem polas filas do Partido Popular. Sobre os negócios de Conde Roa, o jornalista José Precedo indicava o seguinte: “comezaron a aflorar os problemas de Geslander, que desencadenarían a ruina. A delicada armazón dunha empresa que xurdiu da nada (...) revelouse moi feble para soportar os atrasos administrativos derivados da construcción de vivendas protexidas. Algúns dos seus competidores admiten agora que todo se vía vir e aluden dende o anonimato a "erros de principiante" propios dun intruso na profesión. Como a aposta por optar a promocións aquí e alá sen ter un respaldo financiero e exposto a que calquera dilación nos expedientes administrativos disparase os xuros dos préstamos ata deixar en nada a estreita marxe de beneficio da vivenda protexida”.
A saída de Conde Roa da primeira linha política primeiro, e do Partido Popular depois, nom é o ponto final de absolutamente nada
A saída de Conde Roa da primeira linha política primeiro, e do Partido Popular depois, nom é o ponto final de absolutamente nada. Por umha banda a porta giratória da política à empresa, e a dependência do mundo empresarial da administraçom pública deixa um panorama desolador, mesmo em termos do que eles denominam “ativaçom económica”. Por outra parte os casos de presunta corrupçom e o desleixo das instituiçons locais segue na mesma linha, e a criminalizaçom do protesto atinge novas formas, como o facto de negar sistematicamente pontos de luz para instalar a megafonia ao fecho dos atos cívicos de protesto conta as medidas antissociais que hoje padece a vizinhança. Assim som eles e esta é a particular maneira de entender o direito de manifestaçom do consistório local. Apenas umha alternativa da esquerda real forjada desde abaixo poderá operar como um verdadeiro muro de contençom contra a sua forma de fazer política.