Da ilusão da 'Rede de redes' a pescados na 'Rede de arrastre'. Notas para um conto de terror

CC-BY-SA Praza Pública

Introdução. Internet (a Rede de Redes) aquele espaço ilusionante de hai uns anos, esta-se a converter cada vez mais num espaço onde nos sentimos (estamos) atrapados como peixes numha Rede de Arrastre). Parece (é) um conto de terror. 


Imagens do passado

Em sucessão cada vez mais rápida. Os tempos da ilusão. Quando Internet (a Rede de redes) era um presente e um futuro de esperança, ilusão, progresso, interações positivas. A-Alter-globalização. Um-outro-mundo-é-possível, Nunca-Mais, 15-M. Grupos-de-facebook em que tantos aprendemos tanto sobre a Desigualdade, o Feminismo, a Renda Básica, o Cambio climático… e tantas cousas mais… (As imagens vão-se fundindo em negro. É tempo passado).
 

Imagens da situação atual

- Helen Jay em Scientific American (cita 1-a) 1: Preocupação em revista científica. Descreve os modelos de negocio orientados ao lucro e como prejudicam a democracia. A crise generalizada de saúde mental dos adolescentes (1-c). A maior polarização política. A constante exigência de atenção dos usuários.

- Pat de Brún, de Amnesty Tech em La Marea (2-a) 2: Manipulação. Demonização e Ataque a grupos minoritários. Influencia nos resultados eleitorais. Aceitações de cookies. Incremento da desinformação (entendida “não como informação incorreta senão como contido falso creado a mantenta para enganar”).

- Noticia em The Guardian (3-a) 3. Graves distúrbios em Inglaterra por falsa imputação a “um imigrante islâmico” do assassinato de 3 raparigas. Ameaças de guerra civil nesse país por Elon Musk (X) (3-b). Ataques em rede à boxeadora “trans” que não é trans (3-c). Repetição dos bulos de Inglaterra no assassinato de Mocejón-Toledo (3-d).


Análise: Debulhar o que sucede desde diversas perspetivas pois a preocupação é polifacética: científica, social, política, médica, cultural… 

-Desde a ciência. Citar o artigo em Scientific American (SCIAM) de Helen Jay. Título “Precisamos dumha Internet de serviço público para nos libertarmos do domínio das grandes tecnológicas” (1-a). Avisa “Não devemos contentar-nos com deixar as perspetivas da democracia, do mercado laboral e da humanidade em mãos de magnates multimilionários da tecnologia. Necessitamos umha Internet que, em cambio, ponha ao público e à democracia em primeiro lugar”. E que “a Inteligência artificial pode supor riscos mais extremos”. Cita enlaces a outros artigos sobre saúde mental (1-c) ou polarização política, em SCIAM, ou em Nature “A negatividade impulsa o consumo de noticias em linha” de Claire E. Robertson et all (1-b), mais analítico. 

-Desde o social, Citar o livro de Marta G. Franco «As redes são nossas» (Consonni, 2024) (4-a) 4: “Silicon Valley não inventou Internet, só o negocio de extrair valor dos dados das persoas”. Visão rápida em entrevista em Tercera información (4-b) ou, alternativamente, neste vídeo de Alba Lafarga (4-c). “(Temos que) recuperar esse espaço que cedemos e que supõe abdicar dumha ferramenta essencial. Necessitamos governos dispostos a intervir, a regular e a inverter em infraestruturas digitais públicas, e também necessitamos à sociedade civil ativa e organizada em torno a múltiplas projetos reivindicativos e autogestão”. Menção ao fediverso (“a alternativa mais viável”). Recomenda “comezar por abrir-se una conta em Mastodon, que é a más conhecida.”

-Desde a política. Lembrar Cambridge Analytica (Ver análise do País (5-a)) 5. Lembrar aviso do proprietário de X sobre a “guerra civil” em Inglaterra em plena oleada de ataques da extrema direita xenófoba (3-b). Recomendar artigo em Público.es de Guillermo Zapata sobre Elon Musk (5b).

-Mais rápido: Lembrar artigo sobre saúde mental em SCIAM (1-c). Redes sociais e Inteligência Artificial em Educação ou Cultura (6-a) 6.. Pornografia em e com menores (e não só). Sesgos de género, raciais, etc. na IA. Umha “Inteligência Artificial” apropriada por empresas que, por definição, só pensam nos benefícios. Incrementa-se a perceção dos riscos (Maldita.es (6-b)).

 

Em busca de soluções

- Caso 1 “La Marea”: Unha investigação sobre as cookies, conclusões e decisão valente (2a e b).

Investigação do jornal digital La Marea (05-06-2024) sobre as cookies. Analiçou os 10 jornais espanhóis mais lidos (só um -eldiario.es- colaborou). Compromisso inesperado e valente, resultado dessa investigação. Spoiler: Renunciou às cookies.

Citar: “quando críamos que o trabalho estava terminado e nos pusemos a revisa-lo, soou a alarma final: entre fevereiro de 2024, quando extraímos por primeira vez os dados dos sócios (destinatários das cookies) e princípios de maio, todos os medios, exceto uno, haviam cambiado o seu número de sócios. O número … incluso variava segundo a IP desde a que nos conectávamos".

Dato: Um único sócio (Zeotap), tem...”más de 500 milhãos de Ids... classificados em centos de categorias segundo os seus gostos e o seu estilo de vida.”

Corolário: “Intentamos rastrejar a viagem dos dados que cedemos, pero não chegamos a nemhum destino final. Porque é impossível fazê-lo, não hai final. E esse foi, precisamente, o corolário desta investigação.”

Decisão-Compromisso “Só manteremos as cookies técnicas e imprescindíveis para o funcionamento da web. La Marea converte-se, assim, num espaço ‘livre de cookies’. Dentro duns meses, explicaremo-vos se é possível viver sem “galletitas” e não morrer no intento.”
 

- Caso 2- amarinha.gal em Mastodon.

Umha reação próxima a aplaudir 7: Nasceu umha nova instância em Mastodon, amarinha.gal. Antonio Gregorio, companheiro de coluna em Praza explica (8-a) “de jeito resumido o que, para que, o como, e algumha cousinha mais acessória. Pode que o lema que se lhe poderia assinalar soara algo assim como 'um lugar teu e para ti com eventos, produtos e serviços próximos'”. Esperemos que cunda o exemplo noutras comarcas, sectores, culturas, identidades, gostos, preocupações... 

A marinha.gal forma parte de Mastodon e este do Fediverso (citar Marta G. Franco (4-a)) "A ideia da federação (Fediverso) consiste em crear plataformas sociais usando software livre instalado em distintos servidores, com a capacidade de comunicar-se entre si graças a que compartem protocolos comuns. É dizer, “abres-te una conta num destes servidores e podes seguir o comunicar-te com gente que está noutros… Temos a possibilidade de crear umha infraestrutura digital que combine a gestão pública, privada e cidadã, com a que podemos recuperar o control de nossos dados e construir espaços de debate e socialização muito más saudáveis.

Resumo: Recuperar o control. Ser donos em comum da Rede de redes. Umha Internet novamente descentralizada e de código aberto.

 

Notas

1 a) https://www.scientificamerican.com/article/we-need-a-public-service-internet-to-free-us-from-big-techs-grasp/ 

b) https://www.nature.com/articles/s41562-023-01538-4 )

c) https://www.scientificamerican.com/article/social-media-can-harm-kids-could-new-regulations-help/ 

2 a) https://www.lamarea.com/2024/06/05/por-que-la-marea-ha-decidido-ser-una-zona-libre-de-cookies/ 

e b) https://www.lamarea.com/2024/06/05/investigacion-que-sucede-con-tus-datos-cuando-le-das-a-aceptar-cookies-1/ 

3 a) https://www.eldiario.es/internacional/theguardian/extrema-derecha-incendiado-bulos-xenofobos-protestas-apunalamiento-mato-tres-ninas-inglaterra_1_11564349.html 

b) https://www.publico.pt/2024/08/09/tecnologia/noticia/musk-culpa-governo-britanico-violencia-nao-redes-sociais-2100317 

c) https://www.eldiario.es/sociedad/extrema-derecha-agita-bulo-boxeadora-olimpica-acusa-hombre_1_11565658.html

d) https://www.eldiario.es/politica/fiscalia-estudia-si-hay-delito-mensajes-criminalizan-menores-migrantes-difundidos-redes-raiz-crimen-mocejon_1_11599068.html

Em Esquerda.net. -https://www.esquerda.net/artigo/extrema-direita-usou-crime-em-espanha-para-espalhar-mentiras-e-odio-online/91974 

4 a) https://www.consonni.org/es/publicaciones/las-redes-son-nuestras 

b) https://www.tercerainformacion.es/articulo/cultura/27/06/2024/marta-g-franco-si-queremos-transformaciones-radicales-tenemos-que-crear-nuestros-propios-espacios-digitales/ 

c) https://www.youtube.com/watch?v=F5DpMGwTFTQ

5 a) https://elpais.com/tecnologia/2023-11-13/los-data-brokers-que-son-y-como-funciona-el-mercadeo-de-datos-personales-en-la-sombra.html 

b) https://blogs.publico.es/otrasmiradas/85521/tenemos-que-hablar-de-x/#md=modulo-portada-fila-de-modulos:4x15-t2;mm=mobile-medium 

6 a) https://www.nosdiario.gal/articulo/cultura/intelixencia-artificial-ten-desigual-penetracion-sector-da-cultura/20240709183753202123.html 

b) https://maldita.es/malditatecnologia/20240311/encuesta-inteligencia-artificial-preocupaciones-cis/ 

7 a) https://praza.gal/opinion/amarinhagal 

b) https://amarinha.gal/about 

c) crear unha conta rápida em Mastodon: https://mastodon.social/explore 

d) Crear unha conta em Matodon Galicia (necesita confirmación do xestor): https://mastodon.gal/about 

e) Algumhas páginas de interesse em Mastodon.gal:

-Colectivos Cidadáns pola RBU: https://mastodon.gal/@colectivos_pola_rbu 

-Modepen: https://mastodon.gal/@modepen 

-Rede Cultural de Betranzos e Bisbarra: https://mastodon.gal/@RedeCulturalBetanzosEBisbarra 

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