Mais que nunca, este é um momento de mostrar evidências. Os debates sobre modelo organizativo e (re)configuraçom do nacionalismo e da esquerda no país nom podem viver afastados dumha problemática social cada vez mais dura e complexa. A nossa sociedade questiona o papel dos partidos políticos em dous níveis: o primeiro tem a ver com as medidas anti-sociais tanto polo PP como polo PSOE, medidas que boa parte da nossa sociedade identifica com o mantra de que todos os partidos som iguais que imponhem os think-tanks da direita, quando ao menos na Galiza forças como AGE ou o BNG sim que apostam por umha mudança com o modelo neoliberal; e por outro, a maneira com que as organizaçons da esquerda mais tradicicional se comunicam com a sociedade e estabelecem alianças. Nesta demanda de participaçom e de democracia é onde o conjunto de forças do nosso espaço precisam reflexom e debate, de cara a ser autênticos catalizadores das demandas expressadas polas diferentes formas da chamada esquerda social e dos colectivos de afectados.
Nestes momentos precisamos fundir as nossas reflexons com a prática, renegando de dogmatismos, de exclusivismos e de visons particulares
Traslado umha série de apontamentos sabendo que é preciso afundar neles. Nom estamos diante dumha proposta fechada, mais bem todo o contrário. Nestes momentos precisamos fundir as nossas reflexons com a prática, renegando de dogmatismos, de exclusivismos e de visons particulares. Embora as definiçons fechadas vinham carecendo de valor, hoje precisamos reinventar a acçom política para rematar com a hegemonia conservadora no nosso país. E para isso precisamos novos dispositivos, novas ferramentas que (re)conectem de novo a esquerda social com a esquerda política como garantia para socializar as diferentes apostas e programas.
Precisamos mudar a nossa relaçom com a sociedade e os movimentos populares. Nestes momentos de ofensiva neoliberal, som as plataformas de afectados por estafas bancárias e os colectivos afectados polos despejos os que estám a propor alternativas para mudar estas legislaçons. A esquerda política ampliará o seu espaço de influência se respeita estas demandas, e se renega das velhas receitas de tutelagem à cidadania activa. Agora já nom é o partido-guia o que construi um discurso que transmite às diferentes plataformas, som as plataformas as que indicam ao partido que é o que tem que defender lá onde chega a sua representaçom. Afundar neste diálogo permanente implica reforçar dous espaços, o de movimento e o de partido, num momento onde nos estamos a jogar o fundamental: a sanidade, a educaçom, os serviços sociais, em definitiva as estruturas do chamado Estado do Bem-Estar. Nestas demandas imediatas da sociedade encontramos o primeiro dos nossos grandes retos: erguermos um muro popular contra os recortes aplicados por Madrid e por Bruxelas, num momento em que aumenta a desafeiçom política e as velhas formas já nom garantem resultados.
A esquerda política ampliará o seu espaço de influência se respeita estas demandas, e se renega das velhas receitas de tutelagem à cidadania activa
Construirmos o consenso desde a diferença e o diálogo permanente. O 21-O foi um autêntico catalizador para Anova. Os novos contingentes que chegam à estruturas querem democracia interna, debate e participaçom na toma de decisons. Para evitar os erros doutros temos que reclamar a pluralidade como um valor inerente à nova cultura política, em que convivam diferentes relatos políticos que, como di Xosé Manuel Beiras, respondem a leituras diferentes do novo projecto em comum em que andamos a trabalhar. A concepçom de consenso pode utilizar-se de maneira impositiva. Temos um exemplo no conhecido caso da Transición: um pseudo-consenso que nasce dum pacto entre elites económicas, reformadores do franquismo e umha parte importante da oposiçom ao regime. Para mim o consenso tem-se que revisar todos os dias, mediante debates abertos ao conjunto da militância, tendo como suporte central as assembleias de base, e utilizando outros métodos de consulta mediante as TIC`s que permitam tomar decisons importantes em pouco tempo. Umha nova cultura política em que nom se exclua a ninguém, e em que joguem um papel central as propostas e nom tanto quem as defenda. Assumimos os ritmos acelerados que nos dérom como resultado o sucesso eleitoral de AGE, mas agora temos tempo e precisamos espaços para debater sobre o futuro. Sem isso nunca acadaremos o consenso.
Assumimos os ritmos acelerados que nos dérom como resultado o sucesso eleitoral de AGE, mas agora temos tempo e precisamos espaços para debater sobre o futuro. Sem isso nunca acadaremos o consenso
Como última reflexom, e sem restar importância a outros debates, nestes momentos cumpre afundarmos nas demandas que existem aí fora, no que pensam os vizinhos e vizinhas, e mesmo anticiparmo-nos a aquelas demandas que ainda estám por chegar diante da agudeza da crise que parecemos. Tendemos a despreciar os marcos nos que o inimigo nos ganha as batalhas, e um deles som precisamente as eleiçons. Ora bem, nestes momentos devemos caminhar para a esquerda, perguntando sempre, se queremos dar saídas a problemas concretos, entendendo que a rua é um cenário central deste conflito. E para isso precisamos reinventar a cultura política do nacionalismo e da esquerda.