Defender a Cuba é complicado, num país onde a populaçom está educada no ódio contra-revolucionário. Todos os dias escuitamos o mantra de que em Cuba há umha ditadura, e cada vez que se nomea a Cuba há que apostilhar que Cuba é “esse país onde há um regime autoritário encabeçado polos irmaos Castro”. Já tenho denunciado noutros artigos essas etiquetas que sempre acompanham a tudo o relacionado com Cuba.
Defender a Cuba é muito difícil numha sociedade que escuita continuamente um discurso construido sobre os dogmas da mídia pró-capitalista. Está prohibido dizer nada positivo de Cuba. Se em Cuba acontece algumha cousa positiva, sempre será “apesar do regime castrista” e nunca graças à revoluçom socialista, obra diária do conjunto do povo cubano (e nom património da família Castro apesar do que nos dim).
De Cuba ocultam-se todos os logros científicos, desportivos, culturais, sociais e, a cámbio, todos os dias se está a remexer nos tópicos da fame, do turismo sexual e da pretensa falta de liberdade que tanto condiciona ao povo cubano.
A verdade é que, por circunstáncias da minha vida, conhecim muitos cubanos e cubanas, com posicionamentos do mais diverso, e em nengum caso me parecerom pessoas nem marcadas por um regime político opressivo, nem por essa fame da que tanto se fala mas que jamais se demostrou. Ainda estou aguardando por essas provas gráficas que demostram que em Cuba há fame.
A Cuba nega-se-lhe até a sua maior vitória desde que está em guerra técnica com os Estados Unidos, que é ter quebrado o bloqueio. A visita de Obama a Cuba é o começo do final de umha política que fracassou, a política de forçar o isolamento de Cuba para que a Revoluçom se asfixiasse economicamente.
Certo que a Revoluçom cubana sim que está dando passos atrás, enquanto que está a fazer claríssimas concissons à economia de mercado, mas nom é menos certo que os Estados Unidos mudam a sua política por pura necessidade perante a impossibilidade de sustentar umha doutrina (a do bloqueio) que nom logrou, e nunca dará logrado o seu objetivo: virar ao povo cubano contra o seu próprio governo.
Umha moeda com cara e com cruz, é a que temos diante com este novo cenário que se configura com a visita do Barack Obama à ilha caribenha. Porque, do que nom cabe dúvida é de que a dia de hoje avançar no socialismo é complicado, nom havendo sobre a face da terra um outro sistema do que o capitalista. Hoje nom existe o bloco soviético, os governos amigos que houvo durante os últimos anos na América Latina nom passam polo seu melhor momento e o velho inimigo nom vai assinar as táboas nesta partida sem condiçons.
O admirável é a dignidade com a que Cuba botou este pulso de mais de meio século aos Estados Unidos. Apesar das miles de vezes nas que muitas vozes agoirarom que a pequena ilha abandonaria as suas veleidades revolucionárias e caeria nos braços do seu gigante vizinho. Pena que a história da batalha se perda polo meio do caminho para a imensa maioria da opiniom pública galega, que só verá a um Barack Obama exercendo de “salvador” do povo cubano, sem compreender que a ponte tendida pola que caminha foi antecedida de umha guerra desigual na que Goliath cometeu o erro de menosprezar a David.