E por que nom?

Ultimamente perguntam-me muito polas minhas motivaçons para fazer parte da candidatura de En Marea e quase sempre a minha resposta é um “e por que nom?”. Cousas da falta de tempo e da plena interiorizaçom do volkgeist galego. Porem entendo que a questom merece umha resposta mais acabada.

O tema é que a pergunta inclui sempre, implícita ou explicitamente, um questonamento derivado da minha orientaçom política. De facto a formulaçom mais comum é a de perguntar como um independentista pode partilhar candidatura com espanholistas. Quando me fam a pergunta nesses termos nom podo evitar respostar que som uns espanholistas muito simpáticos. Imaginade como de bos som estes espanholistas que fam próprio um programa político no que se reconhece o direito de autodeterminaçom da Galiza!

Imaginade como de bos som estes espanholistas que fam próprio um programa político no que se reconhece o direito de autodeterminaçom da Galiza!

Curiosamente há a quem isto nom lhe parece suficiente. Aplicando a tradicional mas pouco efectiva fórmula de pôr o carro diante dos bois insistem em que um programa autodeterminista nom é abondo ambicioso para concorrer às eleiçons gerais de Dezembro de 2015. Eu, pola contra, som mais da ideia de ir primeiro conseguindo o reconhecimento do direito e a ver se nalgum momento acumulamos forças como para exerce-lo.

Outra peja recorrente que alguns lhe atopam a En Marea é considerar que a candidatura supom um passo atrás no processo de auto-organizaçom política do povo galego. Estranha afirmaçom tendo em conta que coa sua configuraçom o que se está a conseguir é que mesmo forças estatais assumam o marco político galego como um espaço organizativo diferenciado para concorrer a umhas eleiçons gerais. Mas bom, cada um coas suas teimas. Nom menos curioso é que este problema alguns só o vejam quando falamos de candidaturas eleitorais e nom quando se artelham outro tipo de plataformas políticas, por nom falar da prática de arrenegar dos pactos coas forças espanholistas prévios às eleiçons e nom ter maior problema com os feitos a posteriori.

En Marea, do mesmo modo que o forom as candidaturas municipais em Maio, é umha ferramenta política pensada em chaves de ofensiva popular e nom de mero resistencialismo

Cadaquem é moi livre de se apresentar como quiser a umhas eleiçons, ou de nom fazê-lo, mas no meu caso particular o certo é que atopei motivos abondo para apoiar e me implicar na maré.

En Marea, do mesmo modo que o forom as candidaturas municipais em Maio, é umha ferramenta política pensada em chaves de ofensiva popular e nom de mero resistencialismo. Algo que semelha assustar nom só ao poder estabelecido senom também a certa esquerda, mais preocupada polo mantemento da sua leira particular que por avançar no objectivo de construir umha sociedade mais justa.

A maré é um espaço mestiço onde se sumam um amplo abano de experiências e tradiçons ideológicas junguidas por um programa comum, um exemplo de superaçom dos cainismos habituais entre as diferentes famílias da esquerda galega e um laboratório de açom política. Um ponto onde confluir, partilhar e construir um projeto político ao serviço das classes populares galegas.

Considero-me profundamente afortunado por fazer parte deste projecto, de ser parte da maré e de que se me ofertara a possibilidade de participar nele a través da minha candidatura ao senado. Sei que as minhas opçons de ser eleito som escassas porem o meu entusiasmo nom é menor já que confio plenamente nos companheiros e companheiras que de certo constituirám o grupo parlamentar galego no congresso e saberám ser a voz da maioria social do nosso povo.

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