Suspensom do curso já!

Este curso nom pode voltar à normalidade. A crise da Covid-19 frustrou o fim do curso universitário e deixa à luz as eivas e as grandes carências do ensino público no quadro do capitalismo e a dependência nacional. 

Um ensino público, intrinsicamente classista,  cada vez mais elitista e individualista, que sofre cortes permanentes por parte dos governos autonómico e estatal. Esta agrava-se com a vontade por parte da Junta da Galiza de abrir a Universidade Abanca, impulsionada com dinheiro público.

Perante esta situaçom de emergência, o estudantado operário e popular nom pode resignar-se, devemos passar à iniciativa para defender com firmeza os nossos interesses.

Ao princípio do curso, pagamos umha matrícula por aulas presenciais que nom estamos a receber. Pagamos por um serviço inexistente, polo que pedimos a devoluçom do dinheiro da matrícula do segundo semestre já! 

No seu defeito, começamos com a docência telemática. Isto está amossando a inexistência dumha plataforma virtual funcional e operativa, inacessível para umha parte destacável do estudantado de extraçom operária e popular. Nom todo o mundo tem acesso a internet, nem vivendas, nem condiçons familiares, nem meios para continuar com a docência virtual. 

A USC vem de aprovar o cofinanciamento do internet sem sobrepassar a cifra de 40 euros. A dia de hoje, um mês após a suspensom das aulas presenciais, seguimos sem ver esse dinheiro. Para o estudantado mais precário, esta situaçom é vergonhenta! Mas, a pesar disto, a carga de trabalho aumentou considerávelmente. 

Muitos professorado continua a exigir que elaboremos trabalhos porque dizem que é a melhor maneira de seguir com a docência. Muitos nom facilitam bibliografia, e mesmo alguns com absoluto descaro nem as suas obras, chegando a afirmar que as compremos porque nom som tam caras. 

Esta situaçom é insustentável! Muitos de nós temos que estar pendentes dos nossos familiares ou coidando de nós mesmos. Por isso, solicitamos a suspensom imediata de toda atividade docente. É umha situaçom extraordinária para todo o mundo, nom estamos de férias! Nom pode aumentar a carga de trabalho!

A fenda de classe é um condicionante indiscutível, embora desconsiderado polos reitores e a Conselharia de Educaçom. O estudantado de classe trabalhadora acha-se numha circunstáncia mui delicada. Muitos de nós, por medo a contagiar os nossos familiares, ficamos nos “pisos” de estudantes. Apartamentos pequenos e precários. Ainda assim, estamos pendentes em todo momento da situaçom económica familiar, dos ERTES, dos despedimentos, do futuro laboral e das condiçons materiais da nossa família, sob a ansiedade do que vai passar ... 

Como se nos pode exigir que estejamos pendentes do Câmpus Virtual? Como podemos continuar como se nada passasse? O capitalismo furta-nos da nossa condiçom humana, assim nom se pode estudar. Nom somos máquinas! Na situaçom de anormalidade que nos achamos, nom deveria supor-se que o rendimento do alunado seja o mesmo. Isto vai ter um reflexo direto nas nossas qualificaçons, nas bolsas e nas ajudas, indispensáveis para que o estudantado de classe trabalhadora viva e estude. 

Muitos de nós, vamos ter que deixar de estudar o ano que vem ao nom poder pagar a matrícula. Por isso, achamos que a única alternativa e soluçom real para o alunado é a liquidaçom das matérias e a suspensom imediata de toda atividade docente. Fim do curso já!

Mais um problema que padecemos, é a incompetência e a negligência dos três reitores galegos, os senhores Julio Abalde Alonso, Antonio López Díaz e Manuel Joaquín Reigosa Roger. Parece que nom se dam conta de que estam jogando com o nosso futuro. 

Estamos a meados de abril, a um mês de começar os exames finais e nom sabemos qual vai ser o método de avaliaçom. O passado 6 de abril, os reitores reunirom-se com vistas a estabelecer um método de avaliaçom. Na reuniom nom se decidiu nada, convocando um outro encontro marcado para duas semanas antes dos exames, visada para manter o calendário de exames. Algum deles, conta com fazer exames presenciais em junho. 

Assim, além de porem em risco a nossa saúde e a dos nossos familiares, amplia o calendário escolar, impossibilitando a opçom de trabalhar no verao para pagar os estudos. Nom contemplam o que a maioria do estudantado reclama, a liquidaçom das matérias. Passe o que passe, nom esqueceremos! 

É o nosso futuro e estám a jogar com ele!

Achamos que a melhor alternativa para todo o alunado é dar por finalizado o presente curso. Esta iniciativa é secundada por um amplo número de estudantes dos câmpus de todas as universidades galegas e organizaçons, tanto a nível galego como no resto do Estado. Ainda que muitas iniciativas chegam tarde e o movimento estudantil galego estivo adormecido este ano, o estudantado da esquerda revolucionária galega apelamos a secundar a greve estudantil convocada a partir de amanhá pola ANEGA nas três universidades da Galiza. Umha greve que deve ser de carácter indefinida até dobregarmos os reitores e a Conselharia de Educaçom.

A trajetória do nosso movimento, tal como nos indica a história do movimento obreiro, tem constatado que as conquistas e direitos só se atingem luitando. 

Grazas ás socias e socios editamos un xornal plural

As socias e socios de Praza.gal son esenciais para editarmos cada día un xornal plural. Dende moi pouco a túa achega económica pode axudarnos a soster e ampliar a nosa redacción e, así, a contarmos máis, mellor e sen cancelas.