Teoria da Relatividade

Contam que de velho Maurice Chevalier respondia com um "Bem... se temos em conta a alternativa" quando se lhe perguntava pola saúde. Umha forma engenhosa de evitar o confronto entre realidades tangíveis de que bota mao, sorrateiro, o candidato do PP.

Um governo de coaligaçom é umha fórmula de governo alternativa, que funciona bem noutros países democráticos

“Se elige entre lo conocido, con todas sus carencias, y la aventura”, assusta Feijóo, sem reparar que no seu caso a alternativa (um governo de coaligaçom) nom é aquele horizonte sombrio que avistava Chevalier desde a decadência física nem um território selvagem e desconhecido em que os agentes predadores se multiplicam em proporçom directa ao número de formaçons políticas coaligadas. É umha fórmula de governo alternativa, que funciona bem noutros países democráticos e que, no sentir de muitos politólogos que valorizam o pluralismo, a diversidade, os movimentos democráticos e inclusivos, resulta preferível à fórmula de partido único.

De feito, um olhar sereno sobre a trajectória daquele mundo real que foi o governo bipartido revela, junto das conhecidas carências, algumhas cousas interessantes: concurso eólico, banco de terras, rede de serviços sociais, normativa sobre protecçom da Rede Natura e zonas costeiras... e mesmo um aceitável legado orçamentário que permitiu a actual Junta adiar a implementaçom de algumhas medidas impopulares à espera de melhor conjuntura polítíca.

O candidato do PP encontra no nascimento de novas candidaturas na oposiçom a sua mais importante baça de futuro

O candidato do PP, cujo maior logro nestes anos foi demolir cuidadosamente todo o que estava bem construído e apagar qualquer vestígio positivo daquele passado, encontra no nascimento de novas candidaturas na oposiçom a sua mais importante baça de futuro. Transforma alegremente a potência em acto, ignora que também na direita hai Marios Conde e Rosas Díez que albergam as suas próprias esperanças, passa a mao eleitoral polo ombro da oposiçom baltarista e agita o fantasma do caos para sobressaltar o público.

Actua como aquele juiz de Cherteston que se negava a fechar um pub em que se vendia cerveja envenenada alegando que nom se devia tomar umha medida tam drástica antes de saber a que novo uso seria destinado o local. Antes o conhecido, diria Feijóo, que a aventura.

Relativo? Depende.

Grazas ás socias e socios editamos un xornal plural

As socias e socios de Praza.gal son esenciais para editarmos cada día un xornal plural. Dende moi pouco a túa achega económica pode axudarnos a soster e ampliar a nosa redacción e, así, a contarmos máis, mellor e sen cancelas.