O Open Data utiliza a filosofía do Software Libre para os datos. Consiste na oportunidade de, por un lado, utilizar estándares de formatos de datos, e por outro lado permitir o seu acceso ó público. É unha reivindicación que se apoia sobre demandas de transparencia e liberdade, e sobre os valores do procomún. Demándase que recoñeza o dereito a acceder á información pública como dereito fundamental e que se parta da lóxica de que os datos e o coñecemento xestionados polos poderes públicos ou que son froito do investimento público -por exemplo as investigacións realizadas no marco universitario-, deben ser igualmente públicos, isto é: poder ser consultados e reutilizados pola cidadanía.

Os datos e o coñecemento xestionados polos poderes públicos ou que son froito do investimento público -por exemplo as investigacións realizadas no marco universitario-, deben ser igualmente públicos

España camiña con anos ou mesmo décadas de atraso nesta cuestión e a pesar de que nos últimos tempos se tenta poñer en marcha unha longamente demandada Lei de Transparencia, o proxecto gobernamental foi recibido con críticas pola súa escasa ambición e limitado contido. O Open Data vai moito máis aló dunha norma, é unha cutura cívica da que España carece, a diferenza de moitos países do norte de Europa. Está ligado a unha filosofía democrática, pero á vez os seus defensores argumentan que permitirá sacarlle partido a datos que en outros casos estarían perdidos e diseminados de modo que non serían útiles.

A investigación e as publicacións cientificas serán de libre acceso en Europa en poucos anos, segundo o asegura Neelie Kroes, vicepresidenta da Comisión Europea e responsable da Axenda Dixital da UE. O obxectivo é que no 2020 todas as publicacións cientificas serán de libre acceso, conseguindo varios fins a un tempo: un máis xeral de promoción do coñecemento aberto, achegando un servizo a investigadores e á cidadanía en xeral. A estratexia europea, que tamén obrigará os Estados membros a contar con normas de open data dende o 2014, terá un custe de 60 millóns de euros anuais, pero suporá tamén un aforro inmediato para as universidades, por exemplo. O obxectivo inmediato é que xa en 2016 o 60% da produción cientifica sexa de consulta aberta. A propia Neelie Kroes afirmou que o feito de abrir os datos públicos na UE poderia xerar 40 mil millóns de euros de beneficios cada ano a través de novas aplicacións e servizos. Os estudos da UE denuncian que o acceso adiado ás últimos adiantos da investigación poden suporlles ás pequenas e medianas empresas até dous anos de atraso no desenvolvemento dos seus proxectos.

Ábrense oportunidades para os datos abertos e para os gobernos abertos. Está por ver se estas oportunidades se van aproveitar

A crise económica está facendo máis presente ca nunca a necesidade de mudar o modelo produtivo e de facer énfase no coñecemento e na innovación. De igual xeito a crise política eleva a necesidade dunha xestión máis transparente e fiscalizable dos grandes poderes públicos e privados. Ábrense oportunidades para os datos abertos e para os gobernos abertos. Está por ver se estas oportunidades se van aproveitar.

Ligado á filosofia do open data, o goberno aberto é a doutrina política que sostén que os temas de goberno e administración pública deben ser abertos a todos os niveis posibles en canto a transparencia, isto debe ir unido á creación de espazos permanentes de participación cidadá e colaboración cidadá. Un Goberno Aberto asume o compromiso de garantir que a administración e operación de todos os servizos públicos que o Estado brinda poidan ser supervisados pola comunidade, é dicir, que estean abertos ao escrutinio da cidadanía.

Falamos con José Ramom Pichel, CEO de Imaxin, sobre todas estas cuestións.

"Felizmente cada vez há mas gente que considera que ao investir em serviços públicos mediante os seus impostos deveria ter também acesso livre a toda esta informação"

Por que custa tanto que no Estado español se consoliden nas institucións as prácticas de open data?

Ver os dados como património de todos e de todas, de jeito que todo mundo poda ter capacidade de aceder é um modo pouco habitual em sociedades opacas. Felizmente cada vez há mas gente que considera que ao investir em serviços públicos mediante os seus impostos deveria ter também acesso livre a toda esta informação. Além disto, está chegando uma geração de tecnólogos e não só, a postos relevantes tanto no setor público como no privado, que apostam macizamente por modelos de Open Data e/ou de Open Software.

Que pasos se están dando en Galicia?

Neste lugar do mundo é muito interessante o portal de Open Data da Xunta de Galicia, que abrange os dados abertos da Xunta. Para além deste portal existem cada vez mais iniciativas nesta direção como são os Autocarros da Corunha, MeteoGalicia, DOG, Listas de Espera SERGAS, etc. Também no portal de referência do software livre mancomun.org podem consultar-se a maioria das iniciativas galegas neste sentido.

"A exploração, geração automática de relações entre dados, a conversão a outros formatos, a extração de conhecimento a partir dos dados podem ser oportunidades empresariais muito inovadoras"

En que medida o open data é unha oportunidade sobre todo para pequenas empresas?

Igual que o código aberto (open source) gera oportunidades para as empresas ao modificar a forma de comercializar a tecnologia com uma orientação menos ao produto e aos serviços e consultoria por volta do produto, o mesmo pode acontecer com o open data. A exploração, geração automática de relações entre dados, a conversão a outros formatos, a extração de conhecimento a partir dos dados podem ser oportunidades empresariais muito inovadoras.

De que maneira se pode crear riqueza cos datos abertos?

Como comentei antes, existem tantos jeitinhos como focagens das pessoas que olham para eles. Cada jeito de ver é uma modo de pensar em como explorar os dados abertos. Por exemplo, como se poderia criar riqueza com os dados meteorológicos? Pois se callar, usando estes dados para modelos preditivos, mas aí é onde os meteorólogos saberão que é o que se pode aproveitar destes dados. O interessante é que a libertação de dados facilita a inovação e a comunicação entre diferentes disciplinas que podem dar lugar a mais do que temos. 1+1 não é 2 mas 11, não era?.

"O interessante é que a libertação de dados facilita a inovação e a comunicação entre diferentes disciplinas que podem dar lugar a mais do que temos. 1+1 não é 2 mas 11, não era?"

A crise económica deberia poñer a necesidade de avanzar cara ao open data no primeiro plano como un dos piares dun novo modelo produtivo baseado no coñecemento pero parece que non está sendo asi. Córrese o risco de recuncar nos mesmo erros do pasado?

Por causa da crise económica estão a aparecer cada vez mas plataformas cidadãs por toda a Europa, como a Auditoría cidadã da dívida na Galiza, que estão reclamando uma auditoría cidadã sobre a dívida pública para ver o que há de legitimo ou de ilegitimo na mesma. Evidentemente com uma política de 100% transparência de Open Data dos organismos públicos seria mas simples que todos saibamos em que se invistem os nossos impostos realmente, até o último céntimo, e poder fazer esta auditoria.

"O poder não é consciente que quanto mas solta mas ganha e quanto mai apreta mas perde"

Também, há menos de 3 anos seria inimaginável que houvesse que publicar as receitas (ingresos) da classe política, e ainda estando longe da transparência que promove a Open Data, estamos indo cara modelos abertos cada vez mas em todo mundo ocidental. No entanto, o poder seja da natureza e da área de influência que for, tem respeito a publicar os seus dados. O poder não é consciente que quanto mas solta mas ganha e quanto mai apreta mas perde.

"O open data, o open source ou o open hardware, são parte dos alicerces dessa sociedade mais aberta, mais horizontal, que não quer decidir nem de arriba a abaixo, nem de abaixo a arriba. Provavelmente de abaixo ao lado"

Cres que se van cumprir os obxectivos da UE para que no 2020 todas as publicacións cientificas serán de libre acceso?

Oxalá!. Isso seria um dos melhores presentes que poder-mos-ia fazer para a investigação e portanto para a humanidade atual e futura. "Se fum capaz de ver mas longe é porque me apoiei em ombros de gigantes", como dizia Newton. Isto é como uma corrrida de revezamentos, a nós toca-nos melhorar o que gerações e gerações figeram antes do que nós, pessoas que nos passaram o testemunho, somos simples melhoradores e aplicadores de conhecimentos da humanidade que viveu antes do que nós.

O Open Data ligado ao Open Government é unha garantia de democracias máis transparentes e participativas?

Tenho a impressão que o medo à tomada de decisões colectiva é o mesmo medo que houve na II República Espanhola ao voto das mulheres. Um medo de duas faces, mas o mesmo medo. Nunca houve na história da humanidade uma tecnologia tão precisa para facilitar as decisões colectivas. O open data, o open source ou o open hardware, são parte dos alicerces dessa sociedade mais aberta, mais horizontal, que não quer decidir nem de arriba a abaixo, nem de abaixo a arriba. Provavelmente de abaixo ao lado.