"Existe um tratamento subestimável à hora de comunicar-se com as crianças, como se nom fossem entender"

Ilustración de Leandro Lamas © Leandro Lamas

Ramiro Torres entrevista o ilustrador Leandro Lamas para Palavra Comúm.

Que supõe para ti a ilustração (e a arte em geral)?

A ilustraçom, em particular, parece-me umha maravilhosa maneira de interpretar e visualizar um texto. A arte é algo infinito, com umha infinidade de portas que dam a muitos terrenos e que à sua vez tenhem outras portas. A arte é umha das cousas que lhe dá “chicha” à vida.

Como entendes o processo de criação artística?

Sobretudo, como algo íntimo, no que é o parto inicial, logo já é ir conduzindo e reconduzindo, confundir-se, eliminar, provar, acertar…

Qual consideras que é -ou deveria ser- a relação entre a ilustração e outras artes (literatura, música, fotografia, etc.)? Como te sentes à hora de trabalhar com essas perspectivas?

Penso que está todo relacionado, ainda que cada umha destas disciplinas tem muito por explorar em si mesma, tanto como para botar toda umha vida trabalhando só numha delas, mas penso que experimentar com outras artes é mui saudável e enriquecedor.

"Às vezes existe um tratamento à hora de comunicar-se com as crianças um tanto subestimável, como se nom fossem entender"

Tens participado em obras para crianças, como é a tua experiência nessa linha?

Nom mui distinto de como seria se fosse para maiores, porque penso que às vezes existe um tratamento à hora de comunicar-se com as crianças um tanto subestimável, como se nom fossem entender… O ideal é atopar esse ponto intermédio e acertado dependendo das idades do público para o que está pensado, evidentemente.

Quais são os teus referentes criativos (desde qualquer ponto de vista)?

Buf! Som muitos!! Picasso, Emir Kusturica, Eduardo Galeano, Lluis Llach, José Afonso, Guillermo Arriaga, Marc Chagall, Al Pacino, Frida, Guadi Galego, Mario Benedetti, Adriana Calcanhotto, Miguel de Lira, Alejandro Iñaritu, Anna Silivonchik, Marina Anaya, Carlos Blanco… seria difícil de resumir em vinte páginas…

Consideras que a ilustração está reconhecida como deve na sociedade? Que botas em falta neste sentido?

Penso que há de todo, alguns trabalhos estám mais reconhecidos que outros, mas aqui entra em jogo tamem a difusom. Ilustrar é algo que pode ser mui laborioso e que deveria estar melhor remunerado, mas está todo como está, portanto é coerente com os tempos miserentos que padecemos.

Que caminhos (estéticos, de comunicação das obras com a sociedade, etc.) estimas interessantes para a criação artística hoje -e para a cultura galega, em particular-?

O caminho é, principalmente, resistir contra o vendaval que vem arrasando com toda a cultura, porque desfazer é fácil, construir… nom tanto.

"Venho de ilustrar o último de Xosé Neira Vilas e isto é algo que me enche de fachenda"

Que projetos tens e quais gostarias chegar a desenvolver?

Pois ando pintando encomendas personalizadas. Isto vem sendo que parto de que me contem algumha história, anedota, gostos… e eu interpreto e ilustro o que me contam. É mui gratificante. Venho de ilustrar o último de Xosé Neira Vilas e isto é algo que me enche de fachenda.

Que achas de Palavra Comum? Que gostarias de ver também aqui?

Vejo que fazedes um trabalho bem interessante, seguide assi!

Ilustración de Leandro Lamas © Leandro Lamas

Grazas ás socias e socios editamos un xornal plural

As socias e socios de Praza.gal son esenciais para editarmos cada día un xornal plural. Dende moi pouco a túa achega económica pode axudarnos a soster e ampliar a nosa redacción e, así, a contarmos máis, mellor e sen cancelas.