O pueril fantoche que mora na Casa Branca, empenhado em exibir a sua própria farsa e perturbar de passo a densa malha de equilíbrios em que descansam as relaçons internacionais parece desconhecer os elementos básicos da política monetária e o comércio global
O pueril fantoche que mora na Casa Branca, empenhado em exibir a sua própria farsa e perturbar de passo a densa malha de equilíbrios em que descansam as relaçons internacionais parece desconhecer os elementos básicos da política monetária e o comércio global. O seu veículo predilecto é o edito imperial formatado em forma de assinatura e king size para regozijo dos seus devotos. A operaçom sói concluir com o lançamento do rotulador usado à repanhota a maneira de troféu á entregada concorrência presente no evento. Pura gestualidade delirante que recorda a inventada por Hitler ou Mussolini para sublinhar o seu poder. Gestualidade psicopática de um indivíduo empenhado em sublinhar com traço grosso a sua excepcional singularidade só admirada pola sua submissa grei.
O mau da sua grotesca teatralidade som os perversos efeitos destas arroutadas que estám transtornando os macro equilíbrios que sustentam as trocas do comercio internacional e a estabilidade monetária mundial.
É bom recorrer ás doutas análises de Instituto Elcano para tentar avaliar o volume dos despropósitos emitidos polo ridículo imperador de Mar-a-Lago, topónimo conservado por certo no seu original espanhol ao contrário do Golfo de México, deportado por flagrante estrangeirai. Devemos a Federico Steinberg, investigador principal del Real Instituto Elcano e professor do Departamento de Análise Económica da Universidade Autónoma de Madrid umha ajustada análise que nom podemos por menos de recomendar1.
Mas, o ataque mais contundente e desapiedado viu-lhe a Trump de um dos mais reputados economistas norte-americanos, o professor Barry Eichengreen da Universidade californiana de Berkeley num artigo breve e demolidor que deixa o imperador com o seu famoso cu exposto a geral escárnio. O pueril golfista de Mar-a-Lago, submetido a sua pueril inconsistência2. As presuntuosas Tábuas da Lei exibidas urbi et orbi reduzidas a ignorante ocorrência.
A Trump se lhe volvem as cousas em contra, titulava Eichengreen a sua vigorosa refutaçom do trumpismo publicada em El País de 6 de Maio deste ano. Bastou com que a China estabelecesse contróis de exportaçom sobre as terras raras para que a situaçom desse a volta afirma Eichengreen de entrada. O proclamado dia da liberaçom de 2 de Abril e a pueril exibiçom das novas Tábuas da Lei dos aranzéis recíprocos sofrêrom umha ferida mortal.
Bastárom um par de semanas de bloqueio de exportaçom de terras raras por parte da China para comprovar que era ela a autêntica ganhadora nesta pugna geoestratégica
De entrada, continua Eichengreen, o consenso geral era que os EUA tinha as de ganhar numha guerra comercial porque o fluxo de exportaçom de China aos EUA superava amplamente o fluxo inverso de procedência americana e, em consequência, China levava as de perder. Por riba, a economia estado-unidense iniciava o 2025 a toda máquina com China sumida em graves problemas financeiros, sobretudo no sector imobiliário. Ainda mais, para China era difícil desviar às exportaçons destinadas a América através de terceiros países que se veriam penalizados pola imediata réplica americana.
Bastárom um par de semanas de bloqueio de exportaçom de terras raras por parte da China para comprovar que era ela a autêntica ganhadora nesta pugna geoestratégica. As terras raras imprescindíveis na fabicaçom de baterias, telefones digitais, automóveis e material militar estratégico situárom à China como vencedor absoluto na contenda e temível competidor global. China, recorda Eichengreen, controla mais do 90% da capacidade mundial de refinado de estes minerais.
Mais ainda, a maioria das importaçons chinesas dos Estados Unidos, como a soja, podem ser adquiridos em mercados como Brasil.
É verdade que os Estados Unidos levam tempo empenhados em tentar frear o progresso tecnológico de China já desde a magistratura de Biden e a prévia de Donald Trump mas China levas tempo desenvolvendo tecnologias avançadas próprias como o telefone de Huawei provido de um chip melhorado apesar dos esforços americanos por impedir estes progressos.
Ao mesmo tempo, a China tem em marcha um programa destinado a atalhar os seus patentes problemas de défice financeiro impulsionando umha cautelosa depreciaçom do yuan renmimbi frente ao dólar para apoiar o seu atractivo exportador em quanto os assessores de Trump debatem a disjuntiva do dólar forte os débil como símbolo mundial do delírio MAGA mentres insistem em aplicar novas baixadas fiscais apesar do crescente défice orçamentário que tentam atalhar com a milagrosa serra mecánica do fantasioso programa DOGE de Elon Musk. E o que tem confiar em poderosos gurus incompetentes em matéria económica encumeados pola sua proximidade ao imperador espido que oferece o seu execrável cu a geral adoraçom.
Como terminará a guerra comercial de Trump? pergunta com aguda intençom Eichengreen ao final do seu artigo; o mais provável é que siga o conselho que, segundo se diz deu em 1966 o senador por Vermont George Aiken a respeito da guerra de Vietname: O governo deveria limitar-se a declarar a vitória e retirar-se
Trump e a sua corte pretendem desvia a atençom da China enquanto o presidente Xi desenvolve umha ampla operaçom de seduçom mundial habilmente aproveitada por Pedro Sánchez com a sua viagem a Pequim, prelúdio provável da aproximaçom da Uniom Europeia empuxada polo menosprezo e petuláncia dumha Administraçom Americana cega para todo o que nom seja liturgias celebratórias da sua potência imperial. Os fastos nom vam durar, Trump está a iniciar umha inevitável retirada onde a prática do golfe vai substituir decontado ás cerimónias de adulaçom das corruptas monarquias dos petrodólares que igual um clube desportivo que um imperador espido e com o cu ao ar que implora veneraçom. Obsceno personagem que vive os seus derradeiros dias como um vulgar programa de telerealidade.
Como terminará a guerra comercial de Trump? pergunta com aguda intençom Eichengreen ao final do seu artigo; o mais provável é que siga o conselho que, segundo se diz deu em 1966 o senador por Vermont George Aiken a respeito da guerra de Vietname: O governo deveria limitar-se a declarar a vitória e retirar-se. Ironia da inteligência frente à obtusa pretensom de impor-se pola força bruta e a exibiçom de ridículos fastos imperiais mentres o relógio da história anuncia a inevitável badalada final.
Notas
1 https://www.realinstitutoelcano.org/analisis/la-politica-comercial-de-trump-y-sus-implicaciones-para-la-ue-y-espana/.
2 https://elpais.com/opinion/2025-05-06/a-trump-se-le-vuelven-las-cosas-en-contra.html texto disponível no blogue https://www.almendron.com/tribuna/a-trump-se-le-vuelven-las-cosas-en-contra/