As encruzilhadas do 29M

A reforma laboral de Mariano Rajoy é a máis importante agressom aos direitos da cidadania do Estado desde o início do processo da transiçom, com todas as limitaçons que desde o nacionalismo se denunciárom nesse momento histórico. Enfrentamo-nos ao desenvolvimento de medidas lesivas contra os interesses de importantes setores da populaçom, que tenhem umha expressom política nas declaraçons de Peces Barba e de Mayor Oreja, nas que o eixo das súas críticas vinhem determinadas por paralisar a ampliaçom de direitos e de liberdades coletivas que se planteja desde as naçons históricas.

Tanto o PSOE como o PP reformárom a sacra Constituiçom de 1978 vendo que na realidade som organismos supraestatais e nom eleitos democraticamente como a UE ou o FMI os que marcam a política económica

A nom ser que nos inunde a desmemória, tanto o PSOE como o PP reformárom a sacra Constituiçom de 1978 – a mesma que era por definiçom imutável, e pola que qualquer referendo autodeterminista tinha que circunscrever-se a todo o Estado – vendo que na realidade som organismos supraestatais e nom eleitos democraticamente como a UE ou o FMI os que marcam a política económica que padecemos. E enquanto isso acontece, o governo espanhol que se opom ao direito do aborto para as mulheres ou que oprime à mocidade como aconteceu fai pouco na cidade de Valência, baila baixo o compás de Merkel e de Sarkozy sem se desmarcar em momento algum do ritmo, relegando o conceito de soberania para os estudos de antropologia política.

 

A rutura do pacto social

Embora com importantes limitaçons, a reforma política do franquismo deu-nos um marco de relaçons laborais que se sostivo, nom sem contradiçons, desde a promulgaçom dos Pactos da Moncloa em 1977. Daquela, as diferentes organizaçons nacionalistas nom tivérom representaçom para defender os interesses económicos estratégicos nem os direitos da maioria social da Galiza. Depois de la calle es mía vinha o tempo de el que se mueva no sale en la foto. Este país ficava fora.

O sindicalismo nacionalista soubo criar um discurso que analisava os graves resultados que teria a entrada na Comunidade Económica Europeia, na que desde Madrid se primariam outros setores económicos

O sindicalismo nacionalista soubo criar um discurso que analisava os graves resultados que teria a entrada na Comunidade Económica Europeia, na que desde Madrid se primariam outros setores económicos, fundamentalmente no terreno da agricultura aqueles nos que os velhos terratenentes tinham interesses centrais. A economía galega ficou relegada a umha industrializaçom feble, e durante os últimos anos passamos dumha economía agrária a umha sociedade de terciária com resultados lamentáveis: uns produtores agrários que sufriam umha legislaçom abusiva, a perda de carga de trabalho industrial propiciada pola competéncia com o mercado asiático ou a precarizaçom das condiçons de vida som os resultados mais palpáveis.

Antes da reforma, a maneira mais pedagógica para que um trabalhador entendesse a necesidade dum marco galego de relaçons laborais era que sentasse na mesa de negociaçom. Todo estava montado para que a capacidade de negociaçom dos trabalhadores galegos, ainda que fossem maioritários no setor, dependesse dum convénio estatal onde nom contava a sua vontade.  Agora, quando um empresário deva 400€ a um estudante que trabalhou no verao para pagar a carreira, com a reforma judicial de Gallardón o trabalhador terá que cargar com os custes do juízo, quando antes nom era assim. Isto implica que o facto de denunciar umha vulneraçom de direitos laborais acarrete um custo que pode ser mesmo superior à quantidade que se lhe deve ao trabalhador.

 

O 29M: o dia que temos que parar um país

A política sindical de ELA, LAB e a CIG condicionou que a convocatória desta semana seja a nível estatal. Isto demonstra que neste país temos iniciativa e capacidade para parar a reforma laboral. Temos um exemplo cercano na França, único país da UE onde nom se levárom até as últimas consequências as medidas neoliberais de Sarkozy. Tampouco estivemos diante dumha greve tradicional, onde a paralisaçom de gasolineiras para impedir o transporte de mercadorias pujo num apreto os fluxos económicos de Europa.

A política sindical de ELA, LAB e a CIG condicionou que a convocatória desta semana seja a nível estatal. Isto demonstra que neste país temos iniciativa e capacidade para parar a reforma laboral

O mais importante do 29M nom é o día em si, senom o que virá depois. Sabemos de boa mao que da mesma maneira que os centros comerciais desenham os seus orçamentos em base aos pequenos roubos, no caso dum acontecimento destas características, as grandes empresas som quem de repor-se a estes golpes muito melhor que há quarenta anos. Nom só a atual formulaçom do capitalismo fai que o facto de paralisar a produçom seja umha parte máis dos intentos de frear o transporte e impedir as comunicaçons, mesmo a nível simbólico sería importantíssimo que o paro chegasse aos meios de comunicaçom de massas.

A existência de novas subjectividades entre esse 99% da populaçom agredida, e a inquestionável falta de inteligência para introduzir a problemática dos parados e dos autónomos dentro das estruturas sindicais clásicas, fam que outros setores como o estudantado ou o que fica do 15M tenham novos discursos e práticas que achegar.

O 29M tem todo o sentido se proseguimos a mobilizaçom e damos saídas reais aos graves problemas que ponhem acima da mesa tanto Feijoo como Rajoy. Carece dele se depois da data de marras somos incapazes desde os movimentos sociais de condicionar novas datas de mobilizaçom, já seja a nível seitorial ou gerais. Por enquanto, é a oligarquía quem nestes momentos tem mais claro o seu papel. Nós ainda sabemos quem foi Margaret Tacher. Isto é só o começo.

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