Coerência discursiva para lograrmos a independência e o socialismo

CC-BY-SA Praza Pública

A história da Galiza é inseparável da história da resistência patriótica que protagoniza boa parte dos setores populares da nossa naçom na contemporaneidade. Desde o Provincialismo derrotado política e militarmente em 1846, passando pola fase culturalista (o Rexurdimento), a etapa regionalista que gera as primeiras organizaçons galeguistas por volta de 1890, e o nacionalismo com a coordenaçom das Irmandades da Fala na Assembleia Nacionalista de Lugo (1918), ensaiando a via de dotar a Pátria de umha força política própria. 

Mas nom será até 1931 quando se articule o primeiro projeto nacionalista -o Partido Galeguista- que nom duvida em definir a Galiza como umha naçom e a centrar a sua intervençomem lograr para o nosso país acadar maiores quotas de auto-governo. Porém, condicionado pola sua composiçom e orientaçom pequeno-burguesa, portanto timorato na reivindicaçom do horizonte de soberania e independência nacional.

A estas experiências devemos acrescentar as iniciativas genuinamente independentistas de aquém e além mar. Do Comité Arredista Galego da Havana, a Sociedade Nacionalista Pondal de Buenos Aires, até a Federaçom de Mocidades Nacionalistas resultantes da rutura das juventudes do PG em maio de 1936.

E fundamentalmente a posiçom claramente favorável à constituiçom de um partido comunista galego seguindo as teses leninistas e da III Internacional, que promoviam em pleno período republicano os bolcheviques de Ourense, dirigidos polo legendário Benigno Álvares. A primeira tentativa de articular umha força política sobre o binómio independência/socialismo.

Como podemos observar, o movimento de afirmaçom nacional foi superando as suas diversas fases. Sempre, após umha derrota política, os quadros refugiam-se no culturalismo. Logo, volta a começar com outro movimento político e assim sucessivamente. Esta deriva voltou a cenificar-se após a implossom da esquerda independentista em 2014/2015.

O movimento de afirmaçom nacional, existente e hegemónico a dia de hoje, está estancado entre a resignaçom, a disgregaçom e o amorfismo. O nacionalismo galego está dirigido pola pequena-burguesia, situado no amplo campo do reformismo, revisionismo e oportunismo. A claudicaçom do movimento popular, renunciando à luita e confrontaçom com o inimigo, substituindo-a polo vírus eleitoralista e o cretinismo parlamentar, é consequência da sua incoêrencia teórico-prática, que situado no campo da “esquerda” nom aplica os princípios sobre os que afirma estar inspirado.É umha força domesticada e esterilizada. Minte prometendo um futuro melhor sem os sacrifícios inerentes à coerente luita operária, nacional e popular. Nengumha das conquistas atingidas pola classe trabalhadora, polos povos oprimidos, foi gratuíta nem lograda facilmente. Todas estám tingidas de suor, lágrimas e sangue. Esta é a crua verdade. E dizer a verdade é sempre revolucionário. Nom é possível mudar nada sem luita, sem povo trabalhador organizado, sem mobilizaçom social e sem confrontaçom.

A Galiza vive a opressom espanhola que abafa e esmaga sem dissimulo de nengum tipo a nossa existência, reprimindo, perseguindo e encarcerando as galegas e galegos que erguem a bandeira da emancipaçom e a transformaçom social. Numha naçom oprimida como a nossa, submetida a um desenvolvimento económico e social dependente do poder alheio e onde as classes possuidoras fôrom incapazes de encabeçar um projeto nacional, únicamente o conjunto de classes populares, lideradas pola classe trabalhadora, podem dirigir o processo de libertaçom nacional. No nosso país, a opressom de classe e a opressom patriarcal dam-se através da opressom nacional. Esta opressom nacional é o principal mecanismo de veicular a exploraçom capitalista das classes trabalhadoras e da opressom patriarcal e machista sobre as mulheres.

Galiza nom é Espanha, e o nosso futuro como naçom, como povo e como classe, passa pola conquista da nossa independência nacional, pola saída da UE e das instituiçons internacionais imperialistas a que nos incorporou Espanha (NATO, FMI, Banco Mundial). Passa invitavelmente por avançar polos caminhos do Socialismo. Sem Socialismo nom é possível a soberania nacional. 

Por isso, mudar o discurso de emancipaçom nacional, por dotá-lo de um programa abertamente independentista e de classe, é umha necessidade histórica. Isto só o pode realizar a classe obreira, com umha linha e programa genuinamente proletário e umha política de alianças de unidade popular. 

É hora de agirmos com audácia e coragem. Perante os salários de miséria e a precariedade laboral, os despejos, a emigraçom, a pobreza, o reforçamento do patriarcado, a assimilaçom lingüística e cultural, etc, é necessário vertebrar um amplo e plural pólo classista e patriótico sem exclusons e com vocaçom integradora, que sem timoratismos nem complexos, armado do programa avançado combata o fascismo e desmascare o fraudulento governo “progre”. 

Que leve a iniciativa mobilizadora, ocupando as ruas e fazendo frente o espúrio e corrupto regime espanhol, para avançamos no caminho do nosso objetivo estratégico: lograrmos a independência nacional, o socialismo e umha Galiza sem patriarcado.

Grazas ás socias e socios editamos un xornal plural

As socias e socios de Praza.gal son esenciais para editarmos cada día un xornal plural. Dende moi pouco a túa achega económica pode axudarnos a soster e ampliar a nosa redacción e, así, a contarmos máis, mellor e sen cancelas.