"As súas trazas na oposición levárono a camuflar dous dos seus concelleiros no botellón que cada xoves celebran os universitarios nun parque compostelán. Ángel Espadas e Paula Prado, persoas da súa máxima [de Conde Roa] confianza entón no grupo municipal, contaron despois escandalizados que os mozos bebían na rúa, mexaban nas sebes e ata fumaban porros sen que a policía municipal fixese gran cousa. Anos despois o episodio volveríase aciago para un dos infiltrados".
José Precedo, do livro Conde Roa, caso perdido
A baixada da participaçom, somado aos problemas no daquela nacionalismo hegemónico para fidelizar o seu eleitorado fôrom os principais desencadeantes para que com apenas 1 voto de cada 4 censados o PP cimentasse umha precária maioria absoluta na cidade
As passadas eleiçons municipais chegárom pouco depois da implosom do 15M como elemento social e político que condicionou boa parte dos debates na opiniom pública no Estado espanhol. Um elemento novo, distorsionador do espaço sociopolítico da esquerda e do nacionalismo, contou com a desconfiança e a incapacidade para analisar e compreender este fenómeno sociopolítico. Apenas um setor juvenil importante do espaço estudantil nacionalista e as pequenas e fragmentadas organizaçons da esquerda independentista entendêrom que algo estava a mudar no seu entorno mais próximo –ou no mínimo, assim foi em Compostela– e que em certo sentido se estavam a questionar realidades (corrupçom política, especulaçom urbanística, a estafa dos mercados...) fora dos círculos activistas e das apostas políticas de sempre.
Conde Roa tinha a sua principal vaza posta na zona rural de Compostela, mal comunicada e sem bons serviços, farta das promessas incumpridas daquele bipartido que permitiu a abertura das Cancelas em detrimento do comercio local de proximidade e fundamentalmente do bairro das Fontinhas. A baixada da participaçom, somado aos problemas no daquela nacionalismo hegemónico para fidelizar o seu eleitorado –junto com os problemas intestinos para apresentar umha lista de consenso– fôrom os principais desencadeantes para que com apenas 1 voto de cada 4 censados o PP cimentasse umha precária maioria absoluta na cidade.
Corrupçom e ataques aos movimentos sociais
O escándalo que hoje desencadeia o questionamento de Ángel Currás supom um duro golpe à linha de flotaçom do PP neste país
A demissom de Conde Roa há agora aproximadamente nove meses desencadeou um processo de indignaçom social importante. Antes das próprias eleiçons, o número 3 da lista Ángel Espadas tivo que demitir por ser caçado ébrio ao volante, como assim relata um meio nada suspeitoso de esquerdista como é El Correo Gallego. Este tipo de escándalos levam a que seja a própria base social do PP a que comece a questionar se os representantes da sua organizaçom dam umha imagem positiva da sua formaçom de cara à cidadania. A ambiçom pessoal e a guerra entre grupos dentro deste particular bipartido farám o resto. A sua imputaçom suporá a eliminaçom da cabeça de cartaz de Compostela. Atrás ficará a sua obsessom enfermiça com a Gentalha do Pichel e todo aquilo que suponha a defensa da língua, e em geral os movimentos sociais da cidade.
O escándalo que hoje desencadeia o questionamento de Ángel Currás, a solicitude de demissom e mesmo a disoluçom da cámara municipal –o que passa a bola quente ao Conselho de Ministros, já que é o único organismo autorizado para realizar esta operaçom que suporia o adianto eleitoral– supom um duro golpe à linha de flotaçom do PP neste país. Ainda nom tocárom o fundo. O último congresso da delegaçom do PP neste representa a tónica geral na que se tenhem que desenvolver os seus atos públicos: faixas em defesa da sanidade pública, contra os recortes, em definitiva, umha emenda à totalidade das suas políticas. O facto de que Paula Prado dê o passo de assumir a portavozia da organizaçom fai que o projeto local fique sem um referente claro, sem umha liderança firme que poida resistir o vendaval e seja quem de manter o pulso para manter umha maioria absoluta que fai muito que perdeu nas ruas.
A crise do PP em Compostela representa as graves dificuldades que tenhem para assentar essa nova alternativa política, que em certo sentido é a mesma que pode representar Esperanza Aguirre
Derradeiro intento de liquidaçom do baltarismo
De maneira audaz, Nuñez Feijoo esperou a manter o poder na Junta de Galiza antes de abrir um dos seus principais impedimentos para perpetrar-se na direçom do PP. Nom podemos esquecer que durante a época de Manuel Fraga o partido no país tinha muito de clans familiares, cimentado nas redes caciquis, assentado na interpretaçom assistencialista do falangismo, na que a forma de conter a esquerda transformadora era tendo um Estado social forte. Esta interpretaçom é diferente à que vem desenvolvendo a FAES durante os últimos anos, onde reside umha fascinaçom latente por referentes teóricos que vam de Fukuyama até a Escola de Chicago, e que viveu a sua utopia negativa até a implosom da bolha imobiliária. Isto junto com o traqueteio de ex-cargos públicos (nom apenas do PP) para a empresa privada podemos entender o que representa a privatizaçom de empresas estatais e de serviços públicos –no momento em que existe lucro deixa de ser um serviço público.
Todo dependerá da capacidade da oposiçom para criar umha frente o mais ampla possível contra as políticas antissociais e antigalegas que nestes momentos Feijoo e Rajoy representam
A locomotiva popular avança para esse modelo, no qual Baltar – independentemente dos casos de corrupçom e de colocaçom na deputaçom, que por outra parte nom representa umha novidade para qualquer pessoa que siga a política nacional –é simplesmente um escolho do passado. A crise do PP em Compostela representa as graves dificuldades que tenhem para assentar essa nova alternativa política, que em certo sentido é a mesma que pode representar Esperanza Aguirre. Todo dependerá da capacidade da oposiçom para criar umha frente o mais ampla possível contra as políticas antissociais e antigalegas que nestes momentos Feijoo e Rajoy representam.
