Este estado que se considera indivisível, em realidade está composto por diversas nacionalidades, e esta diversidade deve ser contemplada, aceita e respeitada pelo estado espanhol, mas este, baixo uma fachada equívoca de democracia insiste em mostrar-se inabilidoso e despótico, cercando de cotio aos povos que procuram de forma legítima o seu direito à autodeterminação.
E a oposição, a monarquia e UE que fazem? Pois nada: atribuir culpas, criminalizar às próprias vítimas, apoiar a violência do estado, permitir a vulneração dos direitos fundamentais e continuar com uma constituição caduca. Que não representa nem dá cobertura às necessidades de todas/os. É râncida, não contempla, e denigra às nacionalidades históricas. Este problema necessita duma solução parlamentária urgente. Precisamos ter de imediato a valoração e o status que nos corresponde.
Não obstante, as nossas vozes são emudecidas. A mentira e manipulação dos meios de comunicação e imprensa espanhola, estendesse como a peste mais venenosa e perniciosa em contra dos que não pensam igual.
Incriminam às próprias vítimas, e fazem-no com total impunidade, enviando a polícia nacional com a intenção de estabelecer o medo, com o abuso da força a uma povoação indefesa, requisando urnas e papeletas. Usando uma violência e repressão extrema, que faz pensar que ainda não deixamos atrás o tempo escuro da autocracia.
E entretanto, neste território há nações que permanecem oprimidas, que lutam dentro dos presídios figuradamente belos, livres, criados expressamente para o engano pelo regime franquista. A sombra persiste indelével, tenta afogarmos nas chamas imensas do fascismo. A águia preta voa pelo coberto céu, atira-se resolutamente contra o povo, assediando-o com o poder das armas.
Seria bom que só o poder da palavra tivesse vigência, mas semelha que essa possibilidade não vai ser um facto possível, enquanto vivamos num estado totalitário e repressivo.
Considero que os tempos devem mudar, e para isso, apelo à humanidade, se ainda existe algo disso no governo central.
Tenham em conta os senhores das facas e das porras, que as suas atuações não são as mais adequadas, unicamente, um estado bárbaro e autoritário pode comportar-se desse jeito tão cruel. Fora já as políticas franquistas! Onde está essa democracia com a que vocês enchem a boca? A sua democracia está banhada de sangue.
Por desgraça, ainda permanece apegado nas costas o legado ensanguentado do fascio que se resiste a abandonar-nos, ainda apitam nos ouvidos as notas do: “...cara al sol…” há mortos que permanecem soterrados nas cunetas, insígnias, escudos, placas e objetos que continuam sem ser eliminados das cidades e vilas. Que doem nos corações das vítimas que sofreram a violência e a perseguição do franquismo. Esta é a consequência evidente de uma transição cheia de fantasmas e irregularidades, gerada antes da morte do ditador e não gestada por todas as partes.
Já não existem palavras para definir os factos tão tremendos que se viveram nestes dias. Só queremos votar e batem-nos, prendem-nos…!
Portanto, já estamos fartas/os! Levamos demasiados anos baixo o jugo ditatorial, apressados nos zulus adaptados para a escravidão.
Finalmente o referendo foi possível e ganhou o Si, mas este resultado foi motivado pela valentia das catalãs e os catalães, que o conseguiram suportando a violência extrema, e a repressão.
A dignidade dum povo, que assumiu o risco e saiu à rua para defender a sua, a nossa liberdade de decidir.