"Estamos en guerra pero hai que reflexionar", cantaban Os Resentidos no seu Himno da Republica de Sitio Distinto. E algo así semella estar sucedendo no movemento de protesta no Brasil, nun movemento posterior ao estourido inicial que lembra ás primeiras semanas do 15M en España. A fin de semana foi tranquila en canto ao número e intensidade de manifestacións e accións públicas de denuncia. Pero as redes sociais seguen fervendo e parece que o movemento se consolida e estende a novos ámbitos e conflitos sociais, e son moitas as convocatorias que se preparan para esta semana.
Mentres, este luns a presidenta Dilma Rousseff reúnese con representantes do movemento que liderou as primeiras accións. Rousseff, que prometeu um pacto nacional para mellorar os servizos públicos e loitar contra a corrupción, convocou tamén os 27 governadores estatais e os alcaldes das principais cidades.
Este domingo en Rio de Janeiro ao redor de catro mil persoas manifestáronse denunciando a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 37), que prevé a retirada do poder de investigación ao Ministerio Público, conferindo esa atribución exclusivamente á policia. E o sábado unha marcha de varias ducias de milleiros de persoas protestara tamén contra a PEC37 en São Paulo. Pero para os vindeiros días xa están convocadas protestas contra un proxecto que pretende curar os homosexuais e contra outro que concederá subsidios ás mulleres violadas que declaren a súa intención de non abortar. Nas redes sociais tamén se está a estender unha convocatoria de folga xeral para o 1 de xullo. Antes, esta mesma semana, o Movimento Passe Livre convocou dúas manifestacións en São Paulo.
Notícias do Brasil
Notícias do Brasil, o blog sobre Brasil de Praza Pública, está a realizar unha cobertura diaria dos movementos de protesta. Nel, Sérgio Rivero Cerviño, destaca que "há que se evitar a mídia tradicional por estes dias. As notícias são truncadas, os manifestantes continuam sendo chamados de vândalos e infiltrados, e a polícia continua agindo com violência, usando sprays de pimenta, balas de borracha, bombas morais e de gás lacrimogêneo, e até balas de verdade, como soube que aconteceu em Salvador da Bahia ontem".
E engade que "o que se discute agora, nas Redes Sociais, leia-se Facebook, é que o motivo de tal movimento nacional vai muitíssimo mais além do Passe Livre, o que todo mundo já sabia mas, sendo assim, vai para onde?. Na esteira das discussões, surgem os partidaristas indignados porque os manifestantes das ruas, em parte substancial, rejeitam qualquer manifestação de cunho político nas ruas, obrigando outros, igualmente manifestantes, a abaixarem as bandeiras de seus partidos".
Sérgio Rivero Cerviño comenta que "ouvi que as manifestações das ruas são a Síndrome do Saco Cheio, ou seja, a população cansou de acreditar em mudanças pelas vias tradicionais… por meios institucionais, eleitorais, representativos e resolveu ir pras ruas clamar, de sua própria voz, e punho, a transformação no país". E conclúe "pessoalmente não vejo este movimento como coletivo (o Brasil não se constituiu assim em sua formação, foi o resultado vil de uma colonização expropriatória), mas sim como uma conveniência coletiva a partir de questões muito umbilicais. Nas ruas, os indivíduos encontraram seus pares conflitivos e uniram-se na caminhada".
