Sócrates, ex-primeiro ministro portugués, só responderá por 6 dos 31 delitos que lle atribuía a Fiscalía

José Sócrates, nunha foto de arquivo CC-BY-SA José Goulão

José Sócrates decidiu abrir unha guerra contra o seu antigo partido e contra o actual xefe de Goberno portugués e antigo compañeiro, António Costa, logo de que a pasada semana se coñecese que o ex-primeiro ministro responderá finalmente por apenas seis dos 31 delitos que lle atribuía a Fiscalía no marco da Operação Marquês.

José Sócrates responderá finalmente por apenas seis dos 31 delitos que lle atribuía a Fiscalía no marco da Operação Marquês

Sócrates, que gobernou Portugal entre 2005 e 2011, abandonou o Partido Socialista (PS) mentres era investigado por presunta corrupción. O pasado venres, e logo de sete anos de pescudas, decidíase se finalmente sería xulgado e por que delitos acabaría respondendo no caso de sentar no banco dos acusados. A sorpresa foi maiúscula no país veciño: só responderá por tres de branqueo de capitais e por outros tres de falsificación de documentos

António Costa, durante unha intervención parlamentaria © Governo de Portugal

Os delitos están tipificados con penas de entre 2 e 12 anos de cadea no caso do primeiro, e de entre 1 e 5 no do segundo. Sócrates evita así ser xulgado por corrupción ao ter prescrito este delito, segundo o xuíz do caso, Ivo Rosa. Dos 28 acusados ​​no caso, só cinco serán xulgados finalmente. 

"O juiz não me declarou corrupto. Num tribunal de instrução não se declara isto ou aquilo. Na fase de instrução o que se faz é definir se há indícios para levar alguém a tribunal", advertiu Sócrates na súa primeira entrevista, en TVI, tras a decisión final sobre a instrución da Operação Marquês.

Sócrates dérase de baixa como militante do PS en 2018 logo de que varios líderes e o actual primeiro ministro, António Costa, criticasen a súa figura. Agora, tras se confirmar que non será xulgado por corrupción, contraataca. 

Así, un día despois de que Fernando Medina, dirixente socialista e presidente da Câmara de Lisboa, criticara con dureza a Sócrates e o culpase de corroer "o funcionamento da vida democrática", este acusouno de falar por boca de Costa e atribuíu as súas palabras ao seu "mandante" no liderado do partido, ao que sinalou por "profunda canalhice" e de "ajustar contas com a sua covardia moral". 

Sócrates carga contra António Costa por ser o "mandante" das críticas de compañeiros do PS, aos que acusa de "covardia moral"

"Eu ouvi essas declarações e ouvia-as com a devida repugnância. Mas concentremo-nos no essencial, porque o essencial não é esse personagem, o essencial é quem o manda dizer isso. Falemos, portanto, do mandante", dixo Costa, sempre sen mencionar o nome de António Costa. 

"A direção do PS acha que pode e deve fazer uma condenação sem julgamento, fazer uma condenação sem defesa, esquecendo até o princípio da presunção da inocência base do direito moderno", defendeu Sócrates, que cre que o PS "deveria ter vergonha por desconsiderar direitos, liberdades e garantias fundamentais, valores que fizeram a cultura política do PS quando lutou pela liberdade em 1975". 

"Covardia moral"

Nunhas duras palabras, Sócrates asegurou sentirse satisfeito de ter abandonado o PS en 2018 porque non aguantaba máis "o silêncio". "Grande parte desses que dizem essas coisas estão a ajustar contas com a sua própria covardia moral. Não disseram uma palavra quando fui detido no aeroporto [de Lisboa], com televisões, e com base no argumento do perigo de fuga. Hoje, isso parece ridículo, mas fui preso 11 meses sem acusação", concluíu. 

António Costa, preguntado polas palabras de Sócrates, negouse a responder e limitouse a dicir que "são os bons exemplos que devemos ter presentes, que devemos seguir e que nos devem guiar". Si o fixo, no entanto, Ana Catarina Mendes, líder parlamentaria e ex-secretaria xeral adxunta do PS.  "É uma tremenda injustiça o ataque feito à direção do Partido Socialista e a António Costa, considerado um traidor", dixo.

"O PS nunca apagou a história do seu partido, e sabe que José Sócrates deu a primeira a única maioria absoluta ao PS", rematou Mendes. 

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