"Se os média e os bares nom atendem à música local, torna-se difícil que se dê criado uma pequena indústria"

Projecto Mourente, nun concerto CC-BY-NC Projecto Mourente

Despois de catro anos sen escoitar cancións novas de Projecto Mourente, Carlos Valcárcel, regresa con A Pior, que xa se pode descargar. Máis ritmos, máis bases, máis pop, máis guitarras, máis música en galego para poñer a bailar a todo o barrio. Despois de ir A Pior, xa todo pode ir a mellor.

Por que a espera de catro anos?

Sobretodo porque o projecto é absolutamente independente e, portanto, nom rende contas nem datas à indústria musical. De facto, nom está na indústria, nem tampouco é uma atividade profissional. Isso permite que nom existam datas limite para fazer música ou que nom exista a necessidade de o projecto estar musicalmente ativo todo o tempo. A experiência de Kara.o.ke foi bem útil para aprender sobre isso todo. Ao ser sobretodo um projeto de lazer, o tempo livre pode chegar a ser escasso em determinados momentos e isso também ralentiza muito todo o assunto musical.

Que ten de novo A Pior con respecto aos anteriores traballos?

Mais presença do pop e mesmo do rock, com mais guitarras analógicas. E doutra parte, a qualidade final do som ficou imensamente melhor que nos anteriores álbuns graças ao trabalho e paciência do Tomás Ageitos.

"Tivem sempre a sorte de ter vizinhos compreensivos, pero suponho que a mais de um ainda lhe havia acordar a minha família alguma tarde"

Segues sem ter problemas cos veciños por gravar na casa?

Pois nunca me protestárom. Já vivendo no Tremo e na Caldeiraria. A pior fixo-se já na Almáciga. Botou-se mais tempo com el, veu cantar mais gente e também vinhérom tocar o Martin Wu, o Roi, o Quincho... e tampouco nunca dêrom chio os vizinhos. Também é certo que sempre procurei usar auriculares e nom andar com música ao vivo além da hora da ceia. Tivem sempre a sorte de ter vizinhos compreensivos, pero suponho que a mais de um ainda lhe havia acordar a minha família alguma tarde.

O gran problema da música galega está en todo o proceso que vai entre o disco gravado e editado e o receptor (medios, salas, difusión...)?

Penso que si, sobretodo à música em galego, ainda que o Projecto Mourente nom sofre tanto dessa desconexom co mercado. Nom está na indústria e portanto nom precisa entrar no ciclo fama ~ dinheiro. Se entrar, já seria por pura cobiça! Pero está claro que para que uma atividade musical profissional, a tempo completo ou parcial, dê para comer, precisa-se gerar benefícios com ela . E os benefícios geram-se essencialmente a partir da fama, que trai os concertos e, se hai sorte, alguma apariçom na tv.

"Se os média e os bares nom atendem à música local, torna-se entom mais difícil que ao redor desta se dê criado uma pequena indústria e, portanto, postos de trabalho"

Bem sei que pode resultar simples ou óbvio lembrar todo isto, pero nom sei doutro jeito para fazer que os músicos locais cheguem ao público, a um mercado que os mantenha. O papel dos média e dos bares como precetores, e das salas como principais clientes, vai continuar sendo fundamental. Isto é assi mesmo para os grupos mais conhecidos. Com internet conseguiu-se chegar a muita mais gente, criou-se uma certa demanda e mesmo se começa a obter financiamento para projetos musicais, como o último álbum dos Cempés. Pero as vendas ainda nom dam para muito em geral e parece que isto ainda há ser assi bem tempo. Assi que se os média e os bares nom atendem à música local, torna-se entom mais difícil que ao redor desta se dê criado uma pequena indústria e, portanto, postos de trabalho. Nom estou a falar de que só se cubra ou se baile música galega ou em galego, pero si seria bom que os média e bares locais reflexionassem sobre o essenciais que som em todo isto.

Penso que, para a música em galego, esta reflexom poderia começar nos bares frequentados por clientela galeguista, nacionalista ou o que for. Sem dúvida, é o público de base da música em galego. Infelizmente, a AMELGA parece nom estar em ativo. Poderia tornar-se numa excelente plataforma para desenvolver projetos de normalizaçom nesta linha, de colaboraçom direta entre músicos e bares. Isso poderia fazer-se também de novo desde as administrações, pero coas retalhadas nos orçamentos e a falta de consenso em Galiza sobre a política nom só lingüística, senom também cultural, as instituições administrativas tornam-se parceiros instáveis. Penso que a soluçom do problema tem que vir sobretodo dos próprios músicos.

"Infelizmente, a AMELGA parece nom estar em ativo. Poderia tornar-se numa excelente plataforma para desenvolver projetos de normalizaçom nesta linha, de colaboraçom direta entre músicos e bares"

Á música galega fáltalle frivolidade?

Na música galega, na feita em Galiza, hai muitíssima variedade de estilos e atitudes. Pouco pode chegar a ser mais frívolo e popular que o tracklist das orquestras de verbenas, que mantenhem desde hai décadas um amplo aploio do público.

Por que non pinchan a Mourente, Colectivo Oruga, Alex Casanova ou Carrero Bianco nos pubs e discotecas de Galicia?

Tenho estado em bares e estar a soar a música do Projecto Mourente. É uma sensaçom mui estranha, na verdade. Pero o certo é que eram bares de colegas. Além disso é bem raro escuitar polos bares música galega, e sobretodo música atual en galego. Pero disto já esbardalhei bastante ou?

Falaches da posibilidade dunha edición física do disco, que sería unha creación colectiva. Que tes en mente?

"Por setembro proporemos um projeto de crowdfunding para fazer uma ediçom física"

Em fuçom do número de descargas e do apoio nas redes sociais durante o verão, aí por setembro proporemos um projeto de crowdfunding para fazer uma ediçom física. Para isso já começamos a mirar possíveis colaboradores para o desenho ou a distribuiçom.

Que estás escoitando ultimamente?

Esta semana os temas da Eurovisom. Se nom, muito Nero, La Casa Azul, Carrero Bianco, Miike Snow, Fluzo e, claro, The Homens e os de sempre: Jimmy Somerville, Erasure, Pet Shop Boys etc.

Vivir en Pontevedra vai mudar a tua música?

Nem ideia, pero suponho que alguma influência terá. Acostumo implicar-me bastante nos lugares onde vivo.

 

Capa de 'A Pior' CC-BY-NC-SA Projecto Mourente
Projecto Mourente, nun concerto CC-BY-NC Projecto Mourente

Grazas ás socias e socios editamos un xornal plural

As socias e socios de Praza.gal son esenciais para editarmos cada día un xornal plural. Dende moi pouco a túa achega económica pode axudarnos a soster e ampliar a nosa redacción e, así, a contarmos máis, mellor e sen cancelas.