"Com a tenacidade das formigas atingimos êxitos humildes mas reais"

A Gentalha do Pichel fai dez anos CC-BY-SA maria_lc

O centro social da Gentalha do Pichel, en Compostela, celebra o seu décimo aniversario este venres cunha foliada na que participarán dez grupos (Quarteto da Gentalha, Triroliro Regueifeiros, Os Fondãos do Pìfaro, Os Estalotes, Os de Abaixo, As Bouba, Carapaus, Ariel Ninas, A Requinta da Amaia e Verdegaios). Unha década na que, a pesar dalgúns obstáculos, foi asentando a súa actividade e as súas propostas: cultura e sociedade construídas dende a base. O sábado continuarán as celebracións, e Mini e Mero animarán unha sesión vermú que precederá a un xantar de aniversario. Pola noite, un concerto de Liska, Os John Deeres e Bigote mix completará a festa. Os seus responsables responderon por correo electrónico ás preguntas que lles formulamos sobre os primeiros dez anos de historia deste centro social e sobre o futuro do proxecto.

"Houvo um momento na nossa história em que o conjunto das activistas tomamos consciência de que a Gentalha tinha umha trascendência maior da que imaginávamos: quando Conde Roa, ainda na oposiçom, quijo ganhar espaço mediático à nossa custa"

Cal foi o mellor momento para a Gentalha e as persoas que colaborades neste proxecto?

Houvo um momento na nossa história em que o conjunto das activistas tomamos consciência de que a Gentalha tinha umha trascendência maior da que imaginávamos: quando Conde Roa, ainda na oposiçom, quijo ganhar espaço mediático à nossa custa denunciando que o nosso centro social era “el nido de la serpiente de la kale borroka compostelana” e que devia ser fechado. Naquela altura a nossa licença estava ainda ser tramitada, o que significava que umha denúncia como a que ele interpugera implicaria a clausura imediata do local. Esta licença estava supeditada ao critério de acessibilidade e para isso precisávamos de um elevador que unisse as duas alturas do local. Um elevador que custava 8.000 euros. Perante a iminência de feche, a Gentalha lançou umha campanha que tencionava juntar os fundos necessários para a compra do elevador. Esta saldou-se com mais de 9.000 euros em 3 dias. A vaga solidária foi de tal magnitude, atingiu tanta gente e foi tam rápida que todas as activistas da associaçom tivemos umha sensaçom de vertigem e de responsabilidade. Soubemos que havia muitas pessoas a confiarem em nós.

E o peor?

O pior repete-se no mínimo 12 vezes por ano: cada final de mês, quando temos que acertar as contas para pagar renda, seguros, recibos, salários, impostos... A Gentalha tem uns gastos mensais que cada fim de mês nos fai passar maus momentos. É de salientar que seria impossível continuar sem as quantidades achegadas polas pessoas associadas (mais de 250) às quais temos que somar as colaboradoras da semente (perto de 100 mais) e as 10 entidades colaboradoras que saem em cada cartaz editado.

"Achamos que este é o caminho, sem dúvida: fortalecer o tecido associativo, as redes de apoio, fomentar os colectivos que fam trabalho de base à margem da via reivindicativa como linha exclusiva"

Na última década asistimos en todo o país ao nacemento e consolidación de moitas experiencias de centros sociais cun carácter semellante ao da Gentalha, e cunha vocación de construción dende a base. É este o camiño para un país novo?

Com efeito, nós fazemos parte dum movimento de colectivos que funcionam de maneira independente, autogeridos e com total autonomia de acçom. A Gentalha nom foi o primeiro, e nom cremos que este fenómeno se reduza apenas à última década. Começou muito antes, com projectos diferentes do nosso, como a Casa Encantada de Compostela ou como Artábria, que 5 anos antes da criaçom da Gentalha já estava a trabalhar no seu centro social. Achamos que este é o caminho, sem dúvida: fortalecer o tecido associativo, as redes de apoio, fomentar os colectivos que fam trabalho de base à margem da via reivindicativa como linha exclusiva. Assumimo-nos parte de um novo vento que sopra com força no fraco mas constate tecido associativo galego; esse que reclama mas que também fai: reclamamos dignificar o nosso património e sinalizamos os petróglifos de Compostela; reclamamos um ensino publico em galego e montamos a Semente...

"Queremos ser o contrário do que o Gaiás representa: cultura de base frente aos grandes investimentos"

De igual xeito, podemos dicir que iniciativas como a Gentalha (e as entidade e actividades que acolle) son o contrapunto a ese outro modelo de cultura que ten o Gaiás como máximo expoñente?

Exactamente. Queremos ser o contrário do que o Gaiás representa: cultura de base frente aos grandes investimentos; fomento de artistas comprometidas com a língua, ou que estám a começar, ou que nom tenhem circuitos de distribuiçom, frente a macroespectáculos cosmopaletos; cultura popular frente a produto de consumo; cultura participativa frente a cultura de espectadoras.

"Nengum dos governos municipais anteriores mantivo com a Gentalha umha relaçom fluída nem cordial"

Conde Roa puxo no punto de mira a Gentalha, dende os seus anos na oposición, e mirádeo agora. Como asististes ao proceso que levou á súa dimisión? Como estades observando a actual situación do Concello cunha maioría de edís do grupo gobernante imputados?

Conde Roa já passou. Toda Compostela sabia que o patético berlusconinho de províncias era um delinquente comum que havia de acabar assim. A Gentalha, como a sua casa, também foi registada numha operaçom policial. Mas a diferença é que no Pichel nom encontrárom nada... A Cámara de Compostela está na actualidade tam sumida na cloaca da corrupçom que nom tem muito tempo de preocupar-se connosco: neste sentido estamos num dos melhores momentos destes 10 anos de relaçons institucionais porque estamos mais tranquilas que nunca. Nengum dos governos municipais anteriores mantivo com a Gentalha umha relaçom fluída nem cordial.

"Desde que nascemos consideramos fundamental a proximidade: dialogar sobre a memória histórica do bairro, desvendar o sentido dos nomes das ruas, colaborar nas festas..."

Para vós é fundamental a relación coa veciñanza, co barrio no que vos asentades. Como é esta relación?

A integraçom total é impossível. Há umha teima perigosa de tentar contentar todo o mundo esquecendo que o sistema instruiu inimigos. No bairro há fachas, falsos progres e, enfim, pessoas que nom vamos seduzir nunca e nem o vamos tentar. Há umha gente maravilhosa que se move em coordenadas mais ou menos próximas e com elas temos um trabalho dilatado. Gente da A.VV. As Marias, das lojas do bairro, pessoas que aproveitam os cursos de dança, pilates, teatro... Desde que nascemos consideramos fundamental a proximidade: dialogar sobre a memória histórica do bairro, desvendar o sentido dos nomes das ruas, colaborar nas festas... etc. É justo admitir que o próprio bairro tem umha história de esquerdas (vinculada especialmente à UGT e CNT) decapitada no alçamento de 36 mas que ainda hoje persiste na gente, e isso facilita o diálogo entre nós.

Mudou algo o perfil da xente que se achega polo Pichel nesta década? Houbo tamén un relevo xeracional?

A consolidaçom e a ampliaçom do trabalho fijo que pessoas com diferentes interesses se achegassem. Cada nova área de trabalho que inauguramos levou consigo a implicaçom de novas pessoas ao projecto; das 4 pessoas que começárom na Gentalha, hoje se multiplicárom por várias dúzias. Isto nom significa que o relevo geracional deixasse atrás todo o mundo: muitas pessoas que fundárom a gentalha continuam na primeira linha do activismo.

Hai algunha anécdota que sobrancea nestes dez anos de historia? Algún momento especial que destacariades?

Anteriormente comentamos o momento Conde Roa-elevador; esse foi um grande monento, sem dúvida! Mas também há outro vinculado ao Apalpador. Quando na Gentalha começamos a trabalhar no estudo e recuperaçom deste mito do natal, nunca imaginamos que um dia, ao ligar o rádio, fôssemos ouvir a sua lenda no programa de Xurxo Souto. Nesse momento soubemos que se estava a traçar um caminho de longo percurso que, com ajuda de muitos colectivos, escolas, programas e associaçons iria fazer reviver a fermosa história do carvoeiro galego.

"Fomos marcando objectivos e com a tenacidade das formigas que ilustram o logótipo dos nossos 10 anos atingimos êxitos humildes mas reais"

Como debe ser o futuro da Gentalha? Alén desta semana de celebracións, que novos proxectos, actividades ou colaboracións están no horizonte?

A Gentalha é um colectivo humano que se constrói sobre uns alicerces que ainda continuam intactos. Sempre tentamos misturar o trabalho diário com a prediçom a longo prazo. Fomos marcando objectivos e com a tenacidade das formigas que ilustram o logótipo dos nossos 10 anos atingimos êxitos humildes mas reais. Continuamos a definir tarefas de futuro conscientes de que som tempos complicados para encontrar o bem mais prezado para qualquer colectivo: a activista. Pode que o nosso futuro passe por essa realidade. Nom falamos de “relevo”, isto nom é umha corrida em que vaiamos passando o testemunho da militáncia. Cada quem segundo a sua capacidade, as suas situaçons ou a sua idade tem que ocupar o seu lugar. O futuro de projectos como a Gentalha passa por conseguir recrutar pessoas que se sintam cómodas e úteis no trabalho.

"A Gentalha tem um sonho que já se pode tocar: umha escola em Compostela onde as nossas filhas podam crescer em galego"

A Gentalha tem um sonho que já se pode tocar: umha escola em Compostela onde as nossas filhas podam crescer em galego. Neste momento já há duas assembleias constituídas em Ferrol e Vigo e temos notícias de outras localidades do país que querem continuar a senda. Cada dia, desde a Associaçom Cultural que há 10 anos se constituía no Museu do Povo Galego, regamos a Semente que queremos que se torne floresta.

Palestra na Gentalha do Pichel CC-BY-NC Galiza Contrainfo
30 aniversario de Andaina, celebrado no local CC-BY-NC-SA Galiza Contrainfo
Roteiro por Compostela organizado pola Gentalha CC-BY-NC-SA madeira_de_uz

Grazas ás socias e socios editamos un xornal plural

As socias e socios de Praza.gal son esenciais para editarmos cada día un xornal plural. Dende moi pouco a túa achega económica pode axudarnos a soster e ampliar a nosa redacción e, así, a contarmos máis, mellor e sen cancelas.