“Cada vez se vê o reintegracionismo menos raro e a nós se nos vê menos como loucos”

Novo Conselho da AGAL CC-BY-NC-SA AGAL

Em tempos como os atuais, parece pouco menos que ficçom científica o feito de a remuda à fronte dum cargo eleito se produzir em meio a um clima de absoluto consenso entre quem abandona a responsabilidade e quem a assume. Isto é o que aconteceu na Associaçom Galega da Língua (AGAL): a entidade decana do reintegracionismo vém de renovar o seu Conselho e na sua presidência situa-se o historiador Miguel Rodrigues Penas (Donosti, 1976), até agora vice-presidente, cadeira que agora passa a ocupar Valentim Rodrigues Fagim, máximo dirigente nos últimos três anos.

Assume a presidência da AGAL cumha candidatura que aposta às claras pola continuidade...

Nom muda absolutamente nada na estratégia: só hai umha mudança na persoa que se situa à fronte, em quem aparece como primeiro na lista e lhe toca a responsabilidade da presidência. Tamém continuam vários membros do anterior Conselho, ainda que tamém estamos bastante satisfeitos porque conseguimos incorporar persoas novas, que se envolverom na associaçom nos últimos anos.

A atual equipa directiva da AGAL mostrou dende o início a vontade clara de que a associaçom agisse mais socialmente, com iniciativas como os cursos aPorto e outras muitas. Com que objectivos?

O certo é que nom fomos nós os que demos umha viragem à Agal para convertê-la numha associaçom menos académica e mais virada para a atividade social. Desde 2001, desde as presidências de Bernardo Penabade e Alexandre Banhos tamém tentárom fazer isto, com iniciativas como o Portal Galego da Língua ou a participaçom nas manifestaçons dos últimos anos, no Dia das Letras ou outras... O grupo de persoas que nos apresentámos hai três anos tínhamos em comum que éramos quase todas da década de '70, persoas moças que tínhamos umha bagagem e umha experiência no activismo social na língua e noutros campos. O que queríamos é que a AGAL desse un passo à fronte, que fosse além, que se reforçasse e começasse a construir um novo discurso para a língua, centrado ao redor da nossa língua como umha oportunidade.

Apesar desse esforço por mostrar a língua como oportunidade, com quantos lugares-comuns segue a enfrontar-se o reintegracionismo?

"O reintegracionismo sempre tivo o perigo de ser estrangeirizado, como se fôssemos umha espécie de quinta-colunismo. Cada vez temos que batalhar menos contra isso"

O reintegracionismo sempre tivo o perigo de ser estrangeirizado, como se fôssemos umha espécie de quinta-colunismo. Cada vez temos que batalhar menos contra isso, as próprias persoas que estamos à fronte desenvolvemos activismo noutros campos, noutras associaçons, em distinas organizaçons políticas e sindicais... Só coas persoas que integramos o anterior Conselho e o novo, que se cabe ainda é mais diverso, já nom temos que dar tantas explicaçons. Nos últimos anos houvo umha certa mudança nesses sectores sociais que tenhem umha preocupaçom sincera pola língua e nom duvido de que é em parte polo nosso trabalho e em parte, polo doutros. Cada vez se vê o reintegracionismo menos raro e cada vez se nos vê menos como loucos.

Semelha que nos últimos tempos as Administraçons tamém assumem esse discurso da utilidade internacional da língua. O que falta para que ajam em consequência?

Nom sei se dizer que a batalha está ganha, mas nós pensamos que a nossa focagem é a máis acaída. As posiçons estám cada vez mais viradas cara à nossa filosofia e faltam as vias para tornar tudo isto possivel. Temos que chegar no futuro a um grande consenso entre todos e a, entre aspas, que a oficialidade da língua seja consequente co discurso que tamém eles vam transmitindo nos últimos anos. Para isso, como sempre, estamos totalmente abertos e em disposiçom de colaborar.

Miguel Penas, presidente da AGAL CC-BY-NC-SA AGAL
Novo Conselho da AGAL CC-BY-NC-SA AGAL

Grazas ás socias e socios editamos un xornal plural

As socias e socios de Praza.gal son esenciais para editarmos cada día un xornal plural. Dende moi pouco a túa achega económica pode axudarnos a soster e ampliar a nosa redacción e, así, a contarmos máis, mellor e sen cancelas.