Cavaco Silva carga contra o pacto de esquerdas e alenta a disidencia no PS

Comunicación pública de Cavaco Silva, este xoves © Presidência da República

Nunha intervención pública este xoves pola tarde, o presidente portugués Aníbal Cavaco Silva encargou a Pedro Passos Coelho, candidato da conservadora Portugal à Frente, a formación de goberno, ignorando o acordo acadado por PS, BE e CDU para posibilitar unha maioría alternativa en torno a António Costa. Fixo máis ca isto. No seu discurso, caendo continuamente no dramatismo, alertou das consecuencias “de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas” e criticando o acordo dos socialistas con "forças políticas antieuropeístas”. É máis; o presidente da República mesmo apelou á disidencia dos deputados do PS críticos co pacto de esquerdas, animándoos a decidir "tendo em conta os superiores interesses de Portugal".

Passos Coelho, actual primeiro ministro e líder do PSD, tentará polo tanto ser investido, pero o descenso experimentado polas forzas de centro dereita nas eleccións celebradas hai unhas semanas, que as deixou lonxe da maioría absoluta, faino depender do apoio do Partido Socialista. A Comisión Política do PS, reunida ata as dúas da mañá, acordou rexeitar o programa de goberno de Passos Coelho e deulle luz verde a António Costa para continuar coas negociacións coa esquerda, rexeitando "qualquer programa de governo que se proponha manter no essencial as políticas da anterior legislatura, rejeitadas por larga maioria dos portugueses nas últimas eleições". Tamén BE e CDU presentarán cadansúa moción de rexeitamento á investidura de Passos Coelho.

A intervención de Cavaco Silva foi de inmediado moi criticada dende os partidos de esquerda e numerosos ámbitos sociais e medios de comunicación. O PS considera que “não é atendível em democracia que o Presidente da República se constitua como oponente à vontade de um conjunto maioritário de eleitores que extravasa em perto de 1 milhão os que apoiaram a coligação de direita”.

No seu alarmista discurso, o presidente portugués afirmou que “fora da União Europeia e do euro, o futuro de Portugal seria catastrófico”, apelando a un pacto entre Portugal á Frente e PS, unha “solução governativa” que dea “garantias firmes de que respeitará os compromissos internacionais historicamente assumidos pelo Estado português e as grandes opções estratégicas adoptadas desde a instauração do regime democrático”, engadindo que estas opcións “foram sufragadas pela esmagadora maioria dos cidadãos nas eleições de dia 4 de Outubro”. E amosouse estrañado que “os contactos efectuados entre os partidos políticos que apoiam o projecto da União Europeia e da Zona Euro não tenham produzido os resultados necessários para alcançar uma solução governativa estável e duradoura”.

Cavaco Silva cargou especialmente contra o BE e a CDU, afirmando que “em 40 anos de democracia, nunca os governos de Portugal dependeram do apoio de forças políticas antieuropeístas” que “defendem a revogação do Tratado de Lisboa, do Tratado Orçamental, da União Bancária e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, assim como o desmantelamento da União Económica e Monetária e a saída de Portugal do Euro, para além da dissolução da NATO, organização de que Portugal é membro fundador”. E xustificou que debe facer “tudo" para "impedir que sejam transmitidos sinais errados às instituições financeiras, aos investidores e aos mercados, pondo em causa a confiança e a credibilidade externa do país que, com grande esforço, temos vindo a conquistar".

Comunicación pública de Cavaco Silva, este xoves © Presidência da República
Fin da comparecencia © Presidência da República
António Costa © PS

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