Seica os nossos benfeitores de Altri estiverom de “palestras informativas” (pouco tempo) por alguns dos concelhos “beneficiados” polos seus projetos. Por certo, leva-se tempo falando de Altri e das suas maravilhas, mas não é ata agora que imos vendo o que realmente é.
É o grande argumento de sempre, o que chamamos a “chantagem de emprego”. Umha chantagem de emprego que vale para qualquera empresa que poida dar benefícios privados. Ence, a mina de Touro, ou a de Corcoesto, que também o intentou... qualquera atividade contaminante, perigosa, inecessaria, por mui irracional ou inútil que seja, vendem-no-la e acada aceptacão social se “crea postos de trabalho”
E, que vem sendo, que nos querem vender?
1.- Não nos vendem um projeto transparente. Aquela ideia inovadora dumha “fábrica de fibras textís” e o "peche do ciclo de produção da madeira" (Ver a página 7 do número 276 B.O. do Parlamento da passada legislatura i) quedou-se num outro projeto com o que apenas guarda algumha semelhança, malia que PP e CCOO Industria ainda lha sigam vendo (Ver análise em ii). Assí:
1.a- Não nos vendem umha empresa “textil” senão, principalmente, umha celulose (pretendem fabricar o dobre de celulose solúvel, 400.000 toneladas que de lyocell, 200.000 toneladas).
1.b- Não nos vendem umha empresa que peche ciclo nengum, como eles mesmos dim (ver páginas 116 e 117 do tomo dedicado à memoria do "projeto básico" iii) os "produtos gerados" serão "destinados a novas elaboracións, por parte de clientes, para xerar produtos finais". "No caso do Lyocell (aclara por se houvesse dúvidas) os clientes principais son as industrias téxtiles que xerarán o fío de fibra de lyocell para a fabricación de roupas, tecidos de alta calidade e accesorios". Queda excluído, por tanto, que o projeto implique um peche do ciclo da madeira. A propia documentação de Altri reconhece que a sua fatoria será unha "industria de enclave" (industria que se instala num território fundamentalmente atraída polos seus recursos naturais ou outras rações e sem chegar a pechar o ciclo produtivo, já que os produtos finais de maior valor engadido correspondem a terceiros) Ver análise em iv
2.- Não nos vendem umha empresa centrada no nosso território. Vai afetar à produção existente e, se quadra mais importante, vai hipotecar o futuro desenvolvimento da Ulloa e da Ria de Arousa. Podemo-nos fazer umha ideia nestas reportagens. v
3.- Não nos vendem umha industria florestal. Pola contra vai afundar no mono-cultivo do eucalipto. Estima-se que vai consumir 1,2 milhões de metros cúbicos de madeira de eucalipto (globulus e nitens) por ano, o 20% do eucalipto que se corta em Galiza .
4.- Não nos vendem umha industria respeitosa com o medio ambiente como nos alertam as queixas de numerosas associações ecologistas vi, entidades sociais e vizinhança. Concretamente afetará a até três espaços da rede Natura 2000 (ZEC Serra do Careón, ZEC Sistema Fluvial Ulla-Deza e ZEC Sobreirais do Arnego) e mesmo ao Parque Nacional das Ilhas Atlânticas de Galiza, pois o rio Ulla desemboca mui perto da Ilha de Cortegada.
5.- Não nos vendem umha industria respeitosa com a agua: Vai necessitar um caudal de 46.000 m³/dia do encoro de Portodemouros, devolvendo 30.000 m³/dia de aguas residuais também ao rio Ulla, afetando também, deste jeito, à ria de Arousa, onde desemboca. vii .
6. - Não nos vendem umha empresa civilizada enfrentada a uns opositores maleducados. (Ver artigo de prensa em praza.gal viii)
Do anterior nada é crivel. Umha sociedade madura como a galega não vai acreditar em nada disto e, de feito, nem sequer se esforçam em vender-no-lo bem. Porque no fundo sabem, creem saber, que tenhem o grande argumento. O definitivo:
Umha chantagem da que temos que conseguir liberar-nos se queremos reverter este modelo de sociedade e, mais em concreto, o impossível incremento constante do PIB, o deterioro ecológico e o mais o cambio climático. Temos que avançar cara um novo modelo que nos permita vivir a todas e todos melhor. Umha chantagem de emprego que tem umha via de escape, a Renda Básica Universal, Incondicional, Individual e Suficiente, a RBU
Vão-nos vender que cream postos de trabalho. É o que sempre fam. Neste caso disque vão crear ao redor do “medio milleiro de postos de traballo directos" e "uns dous mil, indirectos". Hai mais que dúvidas, bem sabemos que vão quitar mais dos que vão crear, pensemos em como vai afetar ao emprego na comarca da Ulloa e na ria de Arousa, à sua produção agrícola, marisqueira, turismo... Mas é avondo para que CCOO Industria a apoie amparando-se, basicamente, nesses “novos” empregos tragando, cumha incrível “ingenuidade”, a propaganda da empresa. Umha aliança CCOO-Empresa que, no caso das Celuloses, tampouco não nos é novidade nengumha. ix
É o grande argumento de sempre, o que chamamos a “chantagem de emprego”. Umha chantagem de emprego que vale para qualquera empresa que poida dar benefícios privados. Ence, a mina de Touro, ou a de Corcoesto, que também o intentou... qualquera atividade contaminante, perigosa, inecessaria, por mui irracional ou inútil que seja, vendem-no-la e acada aceptacão social se “crea postos de trabalho”. Um argumento que permite que haja já muitas atividades que socialmente geram mais prejuízos que benefícios... agás os benefícios privados para os proprietários dessas empresas, esse insaciável 1%.
Umha chantagem da que temos que conseguir liberar-nos se queremos reverter este modelo de sociedade e, mais em concreto, o impossível incremento constante do PIB, o deterioro ecológico e o mais o cambio climático x.. Temos que avançar cara um novo modelo que nos permita vivir a todas e todos melhor.
Umha chantagem de emprego que tem umha via de escape, a Renda Básica Universal, Incondicional, Individual e Suficiente, a RBUI xi, umha opção viável economicamente segundo estudos e planos piloto já muitas vezes repetidos. Umha medida que já sabemos que funciona, que só hai que implementa-la.
Notas
ihttps://www.parlamentodegalicia.es/sitios/web/BibliotecaBoletinsOficiais/B110276.pdf
iihttps://praza.gal/politica/o-que-aprobou-e-o-que-non-o-parlamento-por-unanimidade-a-prol-da-fabrica-de-altri
iiihttps://praza.gal/storage/uploads/20230322-proxecto-altri-estimacions-14cb1f6.jpeg
ivhttps://praza.gal/economia/altri-triplicou-a-producion-prevista-na-sua-fabrica-galega-dende-que-pactou-coa-empresa-da-xunta
vExplotações agrárias: https://www.nosdiario.gal/articulo/economia/sector-agrario-ulloa-alerta-que-altri-pon-risco-suas-explotacions/20240323094852193807.html Caminho de Santiago: https://www.nosdiario.gal/articulo/economia/camino-santiago-deixaria-ser-patrimonio-da-humanidade-instalarse-altri/20240326065338193999.html ou Marisqueo: https://www.nosdiario.gal/articulo/economia/sector-do-mar-arousa-teno-claro-celulosa-altri-seria-final-nos/20240327074551194069.html
vihttps://www.nosdiario.gal/articulo/social/organizacions-ecoloxistas-piden-ao-goberno-espanol-que-non-destine-cartos-publicos-altri/20240320113311193505.html
viihttps://praza.gal/economia/a-fabrica-de-altri-en-palas-preve-consumir-tanta-auga-como-ence-e-o-20percent-do-eucalipto-que-se-corta-en-galicia
viiihttps://praza.gal/acontece/a-xira-de-altri-pola-ulloa-na-defensa-da-sua-fabrica-principia-e-queda-suspendida-entre-protestas
ixVer CCOO-Altri: https://industria.ccoo.es/noticia:689304--CCOO_Industria_de_Galicia_pedimos_cordura_e_dialogo_sobre_o_proxecto_de_fabrica_de_fibras_textiles_en_Palas_de_Rei&opc_id=a9e5d5555938a1665ebebf1b4e745c11 e CCOO-Ence:
xSobre desta chantagem de emprego, ou sobre o “traballo que nos fai homo faber” e a sua diferencia com o “emprego ou trabalho remunerado” esse do que Marx dizia: “tan pronto como non existe umha coaçao física ou de calquera outro tipo fúxe-se del como da peste” incluindo-o dentro do conceito de “Trabajo enajenado” nos seus manuscritos de 1844 (https://www.marxists.org/espanol/m-e/1840s/manuscritos/man1.htm#1-4 ) já me tenho referido noutras ociasiões, por ejemplo: -A esquerda e o traballo remunerado (2020) https://praza.gal/opinion/a-esquerda-e-o-traballo-remunerado -Crecemento emprego e Renda Básica (2013) https://praza.gal/opinion/crecemento-emprego-e-renda-basica-incondicional
xiPara saber mais da RBUI ver CCRBUI (Galiza). Web https://colectivoscidadansrbu.wordpress.com Facebook https://www.facebook.com/colectivoscidadansRBU/ ou Mastodon https://mastodon.gal/@colectivos_pola_rbu e da Rede Renda Básica (estado), Web https://www.redrentabasica.org/rb/ e facebook https://www.facebook.com/redrentabasica.